ESPORTE JOVEM
Futuro das piscinas: Conheça os jovens atletas da natação baiana
Artur Paz Brito, Jamal Barroso, Arthur Santos e Felipe Santiago são bolsistas do Programa Bolsa Atleta do Sesi

Por Marina Branco

A natação baiana tem um futuro brilhante pela frente - e isso vai muito além dos conhecidos nomes de Ana Marcela e Guilherme Caribé. Na cerimônia de homenagem aos contemplados do Programa Bolsa Atleta do Sesi nesta quarta-feira, 10, diversos jovens nadadores despontavam o brilhantismo de suas futuras carreiras, aparecendo entre os 29 bolsistas selecionados.
Cheios de talento, histórias inspiradoras e do brilho nos olhos de quem já se imagina em um pódio olímpico, Artur Paz Brito, Jamal Barroso, Arthur Santos e Felipe Santiago contaram suas histórias enquanto ouviam as palavras de uma referência da modalidade, o ex-nadador olímpico Edvaldo Valério, medalhista de bronze em Sydney-2000, que fez questão de entregar a premiação a alguns dos bolsistas.
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"Qualquer ação que visa potencializar e ajudar os atletas merece nosso apoio. Eu sei da luta que eles e suas famílias passam para se manter no esporte. Programas como este dão fôlego e motivação para que eles alcancem o objetivo final: medalhas, troféus e recordes", destacou.
Para ele, a Bahia segue sendo um celeiro de campeões: "Assim foi comigo, com Ana Marcela, com Alan do Carmo. Hoje temos o Guilherme Caribé, e vejo nesses meninos uma esperança enorme para o futuro da natação brasileira".

Talento que vem de berço
Fora das piscinas olímpicas, aparecem os futuros nadadores delas, que desde já treinam juntos com foco muito bem definido. Entre os destaques, aparecem Artur Paz Brito, de 18 anos, e Jamal Barroso, de 16 anos, amigos que se conheceram em 2023 pela natação.
Nadando a Copa Pacífico, no Equador, quando representaram a Seleção Brasileira, os dois se conheceram e se tornaram amigos no esporte. "A gente dividiu o quarto e começou a conversar cada vez mais. Viramos amigos de verdade e hoje treinamos juntos. Ele me ajuda, eu ajudo ele. Foi um prazer enorme conhecê-lo", lembra Artur.
Responsável pela união dos dois, a natação sempre esteve presente em suas vidas. Artur, filho de pais que também foram atletas da natação, praticamente nasceu dentro da piscina. "Meus pais se conheceram na natação. Desde os dois anos já me colocaram nas piscinas. Nem lembro de começar a nadar, só tenho as medalhas em casa", conta.
Quando pequeno, apesar de sempre ser um craque da natação, tinha medo do mar, e conta que "ficava vendo vídeo de tubarão e achava que ia morrer". O medo, no entanto, virou motivação: hoje ele é especialista em provas de águas abertas e se inspira no alemão Florian Wellbrock, campeão olímpico e mundial. "Tenho até uma touca assinada por ele", comemora.
Competindo em piscinas e no mar, ele já acumula conquistas internacionais, como o ouro nos 5 km em 2025 e um terceiro lugar no Pan-Americano Júnior.
Amor à primeira vista
Jamal, por sua vez, passou por vários esportes. Depois de viver futebol, judô, jiu-jitsu e basquete, encontrou na natação, aos oito anos de idade, sua verdadeira paixão. “Foi o esporte que me escolheu. Não sei explicar, mas me encantei”, disse. Agora, se prepara para o Sul-Americano de outubro.
Para ambos, a natação é mais do que treino e competição. "Eu sou uma pessoa dedicada, feliz e com muito amor pelo que faço. O principal é o amor ao esporte", resume Jamal. Artur completa: "Ser dedicado e feliz. Aproveitar, se jogar de cabeça no esporte. É isso que nos move".
Esporte que salva vidas
Outro nome promissor é o de Arthur Santos, de 17 anos, que descobriu a natação graças ao incentivo da mãe, ex-atleta de vôlei, e do avô, ligado ao atletismo. “Meus pais sempre me incentivaram a entrar no esporte. Quando conheci a natação, percebi que era o que eu queria para mim”, conta.
Hoje, ele enxerga no esporte muito mais que resultados. “A natação me mudou completamente. Salvou minha vida. Mudou meu jeito de olhar para as pessoas, de entender o esforço dos outros. O esporte salva vidas, principalmente pela educação que transmite”, afirma.

Brilho pós-pandemia
O mais novo em idade e carreira é Felipe Santiago, de 14 anos. Para ele, a natação chegou apenas como uma atividade para retomar a rotina após a pandemia, mas o que parecia lazer se transformou em paixão e carreira. “Eu fui melhorando, melhorando… quando fiz minha primeira viagem para competir em Recife, tive um ótimo resultado e percebi que podia ir para o alto rendimento”, lembra.
Felipe encontrou na natação não apenas resultados, mas também um refúgio. “Quando estou nadando, esqueço todos os problemas. Relaxo, é como se fosse uma segunda vida”, descreve. Hoje, se inspira em Guilherme Caribé, baiano que desponta como uma das maiores promessas da natação mundial. “Quero ser campeão olímpico, esse é o sonho de todo atleta”, afirma.

O futuro da natação baiana
Com histórias diferentes, mas unidas pela mesma paixão, Artur, Jamal, Arthur e Felipe mostram que o futuro da natação baiana já começou a ser escrito. “Esses meninos já provaram talento, dedicação e amor pelo esporte. Cabe a nós garantir que tenham condições de continuar crescendo”, ressaltou Edvaldo Valério sobre a nova geração.
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