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Gigante brasileiro negocia venda de parte do estádio na Bolsa; entenda

Corinthians está disposto a oferecer 49% das cotas referentes a Neo Química Arena ao mercado

Publicado quinta-feira, 16 de novembro de 2023 às 11:11 h | Autor: *Da Redação
O Corinthians manterá posição majoritária
O Corinthians manterá posição majoritária -

O Corinthians está em negociações com a Caixa Econômica Federal para a potencial venda de uma parcela da Neo Química Arena por meio da bolsa de valores. O clube manterá sua posição majoritária e de controle sobre o estádio, planejando oferecer ao mercado até 49% das cotas do empreendimento.

Essas conversas entre o Timão e o banco estatal têm sido desenvolvidas ao longo de vários meses, com a assessoria da empresa KPMG sendo fundamental no processo de negociação.

O principal objetivo do Corinthians com essa operação é se desvencilhar do pagamento de juros à Caixa, instituição que financiou a construção da arena. Somente em 2023, o clube está previsto para repassar quase R$ 100 milhões ao banco — vale destacar que o montante principal, que ultrapassa os R$ 600 milhões, está programado para começar a ser pago somente a partir de 2025. Essa iniciativa visa aliviar a pressão financeira sobre o clube e reestruturar suas obrigações com relação ao estádio.

“O Corinthians tem um fundo, sendo dono de 100% da Arena, e esse fundo pode ser colocado no mercado. Alguém pode comprar 49% desse fundo se eu quiser vender, e eu gostaria de vender. Se alguém quiser comprar, por favor nos procure”, disse Wesley Melo, diretor financeiro do clube e entusiasta do projeto.

“Talvez não seja finalizado até 31 de dezembro, talvez fique para a próxima gestão, mas está muito bem encaminhado”, completou o diretor, em entrevista concedida ao Ge, lembrando haver eleição para presidente no próximo dia 25 (André Luiz Oliveira, da situação, e Augusto Melo, da oposição, estão na disputa). 

São dois os principais modelos de negócio discutidos no momento:

Um investidor com maior capacidade financeira faria um aporte milionário e compraria uma quantidade grande de cotas da Arena, deixando um percentual menor para ser negociado ao público, na bolsa de valores — cenário visto como mais fácil; todas as cotas disponibilizadas pelo Corinthians — até 49% do total — seriam oferecidas aos investidores na bolsa.

Os investidores que comprarem essas “ações” do estádio receberiam dividendos, tal qual acontece com outros fundos imobiliários de shoppings, galpões logísticos ou lajes corporativas. Esse “aluguel” pago aos donos das cotas seria proveniente das receitas da Arena com venda de ingressos, aluguéis de espaços comerciais, realização de eventos, entre outros.

“Não é a história da vaquinha. É como a gente transforma a Arena em um produto financeiro que o corintiano possa fazer um investimento e a gente juntar um dinheiro tal que consiga negociar com a Caixa e fazer esse pagamento do financiamento”, comentou Wesley Melo.

Com as cotas sendo negociadas no mercado, qualquer pessoa registrada na B3, a bolsa de valores de São Paulo, conseguiria adquirir uma parte da casa do Corinthians, inclusive torcedores rivais.

“Acho que vai ter ali são-paulino, santista, palmeirense, eu não sei… Aquele mais de finanças vai que ele entende que é um produto financeiro bom e faz um investimento”, afirmou o diretor do Corinthians, que ainda brinca: “A Leila (Pereira, presidente do Palmeiras) é mais do que bem-vinda. Adoraria que ela comprasse, adoraria, não iria me importar, não”.

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