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Erupção de vulcão causa tsunami e alarmes nos EUA e no Japão

Chile evacua a maioria de suas praias e ilhas diante da possível chegada do maremoto

Publicado sábado, 15 de janeiro de 2022 às 18:35 h | Atualizado em 15/01/2022, 20:23 | Autor: AFP

Uma erupção vulcânica submarina no Pacífico provocou pânico nas ilhas de Tonga neste sábado, 15, com um tsunami que provocou ondas de 1,20 metro no Japão e gerou alertas na costa oeste dos Estados Unidos e do Chile.

Através de imagens feitas do espaço, foi possível observar o momento em que a última erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai lançou um cogumelo de fumaça e cinzas ao ar e uma onda de choque pelo mar ao redor.

O Escritório de Meteorologia da Austrália disse que uma onda de 1,2 metro foi observada em Nuku'alofa, a capital das ilhas de Tonga.

As consequências da erupção chegaram ao Japão, onde as autoridades relataram uma onda de 1,2 metro na remota ilha de Amami e um tsunami menor em outras partes da costa. Também alertaram para possíveis ondas de até três metros.

Em Tonga, os moradores estavam fugindo neste sábado. "Foi uma grande explosão", contou Mere Taufa, que estava em casa preparando o jantar, ao site Stuff. "O chão tremeu, a casa inteira foi sacudida. Veio em ondas. Meu irmão mais novo achava que bombas estavam explodindo perto de nossa casa."

Poucos minutos depois, a água invadiu sua casa e ela viu o muro de uma casa vizinha desabar. "Soubemos imediatamente que era um tsunami, com a água que atingia a casa. Dava pra ouvir gritos por toda parte e todos começaram a fugir para as alturas", acrescentou.

A erupção durou oito minutos e foi tão forte que foi ouvida "como um trovão distante" nas Ilhas Fiji, a mais de 800 quilômetros de distância, afirmaram autoridades em Suva, a capital.

 

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Afastar-se da costa

Victorina Kioa, da Comissão de Serviços Públicos de Tonga, pediu à população que fique longe "de todos os lugares que estão ameaçados, ou seja, as praias, os recifes e todas as costas planas".

A chefe dos serviços geológicos do arquipélago, Taaniela Kula, exortou ainda que as pessoas fiquem em espaços internos, usem máscaras do lado de fora e cubram os reservatórios de água em caso de chuva ácida.

Alertas semelhantes também foram emitidos na Nova Zelândia, Fiji, Vanuatu, Samoa Americana, Austrália e Chile, onde o Escritório Nacional de Emergência alertou para a possibilidade de um "tsunami menor" atingir a Ilha de Páscoa e parte da costa continental.

Na Austrália, autoridades disseram que partes do litoral, incluindo Sydney, podem ser atingidas por ondas. Os moradores do estado vizinho de Nova Gales do Sul também foram aconselhados a "sair da água e se afastar da costa".

O Serviço Nacional do Clima dos Estados Unidos também emitiu alertas de tsunami para a costa oeste, da Califórnia ao Alasca, prevendo ondas de até 60 centímetros, fortes correntes e inundações costeiras.

"Um tsunami está em andamento. Lembre-se: a primeira onda pode não ser a maior. Afaste-se da costa e dirija-se a terrenos mais altos", escreveu o Centro Nacional de Alerta de Tsunamis do país.

O mesmo aconteceu com o Canadá, que emitiu um aviso de tsunami para a província de British Columbia.

Além disso, de acordo com os serviços meteorológicos dos EUA, o Havaí foi afetado por "pequenas inundações".

O vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai está localizado em uma ilha desabitada cerca de 65 quilômetros ao norte de Nuku'alofa, capital de Tonga.

Chile evacua praias e ilhas

O Chile evacuou neste sábado a maioria de suas praias - exceto em duas regiões do sul - nos mais de 4.000 km de costa, junto com as da Ilha de Páscoa e da Antártida, diante da possível chegada de um tsunami após a erupção vulcânica em Tonga.

Ao longo do dia, as autoridades passaram de alertar sobre a possibilidade de um tsunami na Ilha de Páscoa e no arquipélago de Juan Fernández, cerca de 3.300 km a oeste do continente no Oceano Pacífico, para desocupar as praias de todas as regiões desde a fronteira norte com o Peru até o extremo sul. Apenas Aysen e Magallanes ficaram de fora.

"SAIA DA ÁREA DA PRAIA, devido a um tsunami menor", dizia a mensagem de texto de emergência que foi recebida pela população que se encontrava em todas as áreas afetadas.

Desde a manhã, foi registrada uma variação na altura da onda de entre 30 centímetros e um metro.

As áreas mais críticas são as regiões de Coquimbo (centro-norte) e Los Ríos e Los Lagos (sul), as únicas em estado de "alerta por tsunami", já que os registros de ondulação ultrapassaram um metro de altura, indicou o Escritório Nacional de Emergência (Onemi).

"Estabelece Alerta de Tsunami para a orla costeira dessa região. O Onemi enviou uma nova mensagem SAE. Convocamos a evacuar para uma área segura (elevação 30) e seguir as instruções da autoridade", alertaram as autoridades através das redes sociais.

Em pleno verão

Milhares de pessoas que curtiam as praias do Chile durante o verão foram alertadas com o som estridente do alerta de tsunami em seus telefones.

Os banhistas pegaram seus pertences e abandonaram “a água e a areia”, conforme pediram as autoridades para as áreas que não estão em “alerta”, mas sim em “precaução”, um nível de risco menor.

Guardas-sóis e toalhas ficaram jogados e os cidadãos – treinados todo ano no Chile em vários exercícios para evacuação de tsunamis – rapidamente deixaram a área da praia para ir para lugares mais altos e mais distantes da costa.

Em locais como Dichato, 510 km ao sul de Santiago, onde um grande tsunami foi registrado em 2010 como resultado de um terremoto de magnitude 8,8, foi possível observar como o mar recuava da praia, expondo vários metros de areia que normalmente permanecem sob a água.

Anomalia nas marés

Oficiais da Onemi e da Marinha do Chile explicaram que os protocolos usuais foram ativados no país após um terremoto que poderia causar um tsunami.

No entanto, como houve a erupção de um vulcão submarino, o comportamento das ondas e marés é "anômalo".

"É algo que nunca havia ocorrido conosco, nos resta tomar precauções rapidamente para poder alertar as pessoas", explicou o almirante da Leonardo Chavez em coletiva de imprensa.

O militar alertou que em condições normais a altura da maré sobe e desce a cada 8 horas, porém, com a erupção do vulcão Tonga, essas variações ocorrem em questão de minutos.

A erupção vulcânica submarina no Pacífico, nas ilhas de Tonga, provocou um tsunami com ondas de 1,20 metros no Japão e gerou alertas na costa oeste dos Estados Unidos.

Através de imagens feitas no espaço, foi possível observar o momento em que a última erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai lançou um cogumelo de fumaça e cinzas ao ar e uma onda de choque pelo mar ao redor.

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