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País quer lançar trem-bala mais rápido do mundo, com velocidade de até 4.000 km/h

Projeto aposta em levitação magnética dentro de tubos a vácuo e promete aposentar aviões em viagens longas

Iarla Queiroz

Por Iarla Queiroz

15/12/2025 - 16:52 h
País investe em tecnologia que une Maglev e Hyperloop
País investe em tecnologia que une Maglev e Hyperloop -

A China quer ir além de tudo o que já foi feito em transporte terrestre, trabalhando no desenvolvimento do que pode se tornar o trem-bala mais rápido do mundo, com capacidade teórica para atingir até 4.000 km/h. A proposta combina trens de levitação magnética com tubos de vácuo — uma tecnologia inspirada no conceito de Hyperloop — e pode redefinir a forma como pessoas se deslocam em longas distâncias.

A aposta surge em um cenário no qual a China já lidera, com folga, o setor ferroviário de alta velocidade. Se em 2008 o país tinha apenas 120 quilômetros de linhas rápidas, hoje opera a maior malha do mundo e investe pesado para tornar o avião dispensável em boa parte das rotas internas.

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Do Maglev ao Hyperloop: a tecnologia por trás do projeto

O plano chinês passa pela evolução dos trens de levitação magnética (Maglev), que não utilizam rodas e flutuam sobre os trilhos graças a campos eletromagnéticos. Sem atrito físico, esses trens conseguem ultrapassar com facilidade os limites da alta velocidade tradicional, que gira em torno de 250 km/h.

Atualmente, a China já opera o Maglev mais rápido do planeta, que alcança 431 km/h na ligação entre Pequim e Xangai. O Japão, por sua vez, testa modelos que podem ultrapassar os 600 km/h. Ainda assim, esses números ficam pequenos diante da ambição chinesa.

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O projeto mais ousado atende pelo nome de T-Flight e é desenvolvido pela estatal China Aerospace Science and Industry Corporation (CASIC). A proposta é colocar um trem Maglev dentro de um tubo de baixa pressão, reduzindo drasticamente a resistência do ar — o mesmo princípio que sustenta o Hyperloop.

Como o T-Flight pretende chegar a 4.000 km/h

No sistema idealizado pela CASIC, o trem não apenas flutua, mas se eleva até 100 milímetros acima do trilho, graças ao uso de supercondutores. Nos Maglev convencionais, essa distância é de cerca de 10 milímetros. Quanto maior a elevação, maior a estabilidade em velocidades extremas.

Além disso, o tubo por onde o trem circula remove quase todo o ar do interior, criando um ambiente de pressão muito baixa. A combinação entre ausência de atrito e resistência aerodinâmica mínima é o que permitiria alcançar velocidades inéditas no transporte terrestre.

Testes já quebraram recordes

Os primeiros resultados já chamaram a atenção da comunidade internacional. Em 2024, o projeto atingiu 623 km/h, estabelecendo um recorde em testes controlados. Meses depois, em um experimento ainda mais ousado, o trem chegou a 650 km/h em apenas sete segundos, percorrendo uma pista de apenas um quilômetro.

Esses testes impressionam não só pela velocidade, mas também pela aceleração e frenagem extremas. A meta de curto prazo é alcançar 800 km/h, ainda neste ano, antes de avançar para etapas mais ambiciosas.

As próximas fases do projeto

Atualmente, o T-Flight está na Fase 1, cujo objetivo é atingir 1.000 km/h. Para isso, os engenheiros planejam ampliar a pista de testes para cerca de 60 quilômetros, o que permitiria simular condições mais próximas da realidade.

Já as fases seguintes elevam ainda mais o nível de ousadia. A Fase 2 prevê velocidades de 2.000 km/h, próximas ao dobro da velocidade de cruzeiro de um avião comercial. A Fase 3, considerada a mais extrema, mira os 4.000 km/h, entrando no território das velocidades supersônicas.

Se essas metas forem alcançadas, grandes centros urbanos chineses poderiam ser conectados em poucos minutos, eliminando a necessidade de voos domésticos em várias rotas — um movimento que já começa a ser observado na Europa, onde trens de alta velocidade competem diretamente com o transporte aéreo.

O maior obstáculo não é a velocidade

Apesar dos avanços, o principal desafio não está apenas em fazer o trem andar rápido, mas em manter o sistema funcionando com segurança. Construir e preservar centenas de quilômetros de tubos a vácuo é uma tarefa extremamente complexa.

Estimativas indicam que um tubo de 600 quilômetros exigiria juntas de dilatação a cada 100 metros, todas perfeitamente seladas para evitar vazamentos causados por variações de temperatura. Qualquer falha poderia resultar em uma descompressão grave, com riscos elevados.

Outro entrave é a ausência de padrões internacionais de certificação e protocolos de segurança para um sistema desse tipo. Ainda assim, o projeto avança em ritmo acelerado.

Mesmo que o trem de 4.000 km/h ainda pareça distante da operação comercial, o histórico chinês no setor ferroviário sugere que, se algum país pode transformar essa ideia em realidade, esse país é a China.

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