DESCASO NA SAÚDE
Catu: moradores denunciam precariedade em posto de saúde improvisado
Enquanto prédio oficial está fechado, UBS provisória tem mofo nas paredes, matagal e água imprópria para consumo

Por Andrêzza Moura

Moradores de Catu, município da Região Metropolitana de Salvador (RMS), procuram o Portal A TARDE, nessa terça-feira, 7, para denunciar o estado de abandono e a precariedade nas estruturas físicas da Unidade Básica de Saúde Rua Nova (UBS), que fica na Praça Duque de Caxias. A unidade, que funciona provisoriamente em um casa alugada, atende as comunidades dos bairros Rua Nova e Centro.
De acordo com o comunicador Geovane Souza, os atendimentos foram transferidos para este local, após a Unidade de Saúde do Centro, localizada na Avenida Antônio Seixas, ser desativada para reforma, há cerca de cinco meses.

"Essa unidade de saúde principal [do Centro], o prefeito disse que está fazendo uma reforma e até hoje não foi reformado nada, até hoje não tem notícia e a população está sendo atendida em uma provisória, que foi alugada para poder atender o público. Só que a situação lá [unidade improvisada] é um caos. As salas estão cheias de mofo. Quem tem rinite [doença inflamatória das mucosas do nariz], está 'morto'", explicou o rapaz.

Ele afirma que a situação é crítica tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde. "A dentista lá espirrando, a assistente dela espirrando por causa do mofo, o bolor nas paredes, as paredes sujas. Nenhuma providência é tomada nessa situação", relatou, revelando que já acionou o Ministério Público do Estado (MP/BA).
Ainda em conversa com a reportagem Giovane Souza avaliou que, mensalmente, a prefeitura deve estar pagando em torno de R$ 2 mil pelo aluguel da residência, onde funciona a unidade da Rua Nova.

Uma moradora, que preferiu não se identificar, disse que, além do mofo, o imóvel alugado também apresenta risco de infestação por animais peçonhentos e oferece água imprópria para o consumo.
“E o povo ainda tem que beber água quente [ao citar um bebedouro de plástico], tem muitos entulhos pelos cantos, o fundo cheio de mato [área externa do imóvel] capaz de bicho peçonhento morder os pacientes", denunciou a mulher, indignada com o cenário de abandono.

Outra denúncia
Outra situação vem gerando revolta entre os moradores, que denunciam não apenas o descaso com a população, mas também o uso indevido da unidade de saúde principal, que deveria estar em reforma, mas estaria sendo utilizado para outro fim.
"Deixa eu lhe explicar. Essas últimas fotos que te mandei aí é da unidade principal [unidade do Centro], onde era o atendimento [da população]. Eles fecharam e, segundo um funcionário, agora está sendo usada para atendimentos de cachorros. Você vê o descaso que está acontecendo na cidade. Como é que tem um posto de saúde, e a unidade está fazendo atendimento aos animais?", questionou o morador.
O que diz o Ministério Público
Por meio da 2ª Promotoria de Justiça, o Ministério Público do Estado pediu ao morador Geovane Souza, denunciante, que, no prazo de 10 dias, ele informe se foram verificados outros problemas. Segue abaixo a solicitação.
Prezado Sr. Geovane de Souza Santos,
"De ordem do Dr. SAMORY PEREIRA SANTOS, PROMOTOR TITULAR DA 2ª PJ DE CATU/BA, sirvo-me do presente para solicitar a V.Sa, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias corridos, complemente sua notícia de fato, informando se identificou outros problemas na unidade de saúde além do consultório odontológico".
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A Secretaria de Saúde de Catu
O Portal A TARDE entrou em contato com a secretária de Saúde de Catu, Jaqueline Braz, por meio de mensagens e ligações telefônicas. No entanto, até o fechamento desta reportagem, não obteve retorno.
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