Vivendo do Ócio reúne convidados e orquestra em show no Pelourinho

Lançado em setembro, Hasta La Bahia, primeiro álbum da banda baiana Vivendo do Ócio desde 2020, finalmente terá, amanhã, seu show de lançamento em Salvador – e em palco mais do que adequado, no mesmo Pelourinho que viu a banda surgir e crescer, entre 2006 e 2008.

Conciso – apenas oito faixas – e certeiro, Hasta La Bahia veio produzido por André T. e recheado de participações luxuosas, como Paulo Miklos (Titãs), Jadsa, Martin Mendonça, Ronei Jorge e um quarteto de cordas de músicos da Orquestra Sinfônica da Bahia.

No show de amanhã, o quarteto formado por Jajá Cardoso (voz e guitarra), Luca Bori (baixo), Davide Bori (guitarra) e Gabriel Burgos (bateria) receberá no palco os parceiros André T (nos teclados), Martin Mendonça, Ricardo Correia (percussão) e os músicos da Osba.

Tem mais gente que deve aparecer ainda, mas Jajá não entregou o serviço todo: “Teremos diversas participações, não vamos dar spoiler de todas”, disse, antes de citar os já revelados.

No set list, o disco novo vem por inteiro: “Vamos tocar o Hasta La Bahia na íntegra – e fizemos uma seleção especial das músicas mais pedidas dos outros álbuns”, conta Jajá.

Trajetória

Vencedora de um concurso nacional de bandas em 2008, apenas dois anos após sua formação, a Vivendo do Ócio foi premiada com um contrato com a gravadora Deck, que lançou seus dois primeiros álbuns: Nem Sempre tão Normal (2009) e O Pensamento É um Ímã (2012).

A relação com a gravadora e o mercado, então mais aquecido para bandas de rock do estilo da VdÓ, possibilitaram ao quarteto se mudar para São Paulo, de onde partiam para se apresentar em shows e festivais em todo o país e até no exterior.

Liberados pela gravadora pouco depois do segundo álbum, ainda permaneceram na capital paulista por alguns anos, lançando o EP Som, Luzes e Terror (2013) e o álbum Selva Mundo (2015) de forma independente.

Porém, de 2018 em diante, a banda começou a fazer o movimento de retorno à Salvador – sim, a letra de Nostalgia, de 2012, era pura verdade: “Eu só queria / Passar um tempo lá em casa / Me deu saudade da Bahia”.

“Todos esses anos em São Paulo foram fundamentais para o crescimento da banda. A volta para Salvador foi um processo: Davide e Luca voltaram no final de 2018, eu e Dieguito (Reis, ex-baterista) ficamos em São Paulo. Os shows estavam rolando no eixo Sudeste e Nordeste, aí gravamos o nosso quarto disco homônimo, a turnê estava toda planejada. Aí veio a pandemia, mas decidimos lançar o disco mesmo assim, pois não tínhamos norte de quando ia acabar, então foi uma forma de trazer um certo alívio para os fãs”, relata Jajá.

“Eu já tinha planos de voltar a morar em Salvador, a pandemia só acelerou o processo. Então, depois de 11 anos, voltei. Fizemos os show do nosso quarto álbum e logo depois, por questões profissionais, Dieguito saiu da banda e Gabriel Burgos assumiu a bateria. Ele já estava colaborando com a gente tocando em shows, a relação foi crescendo e ele foi convidado a integrar oficialmente a Vivendo do Ócio. Hasta La Bahia é um álbum que marca essa nova fase, com a banda toda morando em Salvador”, prossegue o cantor.

Apelo universal

E marca com muito estilo: pra cima, suingado, diverso, Hasta La Bahia parece dialogar bem com as diversas gerações que frequentam o rock baiano, das mais jovens, já subsequentes à própria VdÓ (que chega às duas décadas em 2026), às mais maduras.

Um álbum de apelo universal, pode-se dizer. Um feliz encontro das composições inspiradas do quarteto com a produção excelente de André T., um mestre no seu ofício.

Já na primeira faixa, Baila Comigo (homônima ao hit de Rita Lee), com a participação de Paulo Miklos e levada de baixo irresistível, Hasta La Bahia já diz a que veio – e é pra botar a casa abaixo mesmo.

“Somos grandes admiradores de Paulo Miklos e dos Titãs. Crescemos ouvindo as músicas dele, e quando estávamos em São Paulo, ficamos sabendo de uma entrevista dele para revista Trip, citando Amor em Fúria (2008) como melhor música de amor, ficamos muito felizes. Quando estávamos criando os arranjos, sentimos que essa música tinha uma conexão forte com o Titãs, e daí veio a ideia do convite”, conta Luca Bori.

Já o quarteto de cordas para a faixa Vai Voar, que fecha o álbum, foi ideia de André T. “Aí ele chamou Jorge Solovera pra fazer os arranjos, e consequentemente, os músicos da Osba pra participar na gravação”, prossegue Luca.

As outras participações são praticamente da casa: “Conhecemos Jadsa da cena musical de Salvador e sempre admiramos muito o trabalho dela e era o timbre perfeito que estávamos procurando pra música Não Tem Nenhum Segredo. Já Martin é um grande amigo da época em que morávamos em São Paulo, além de gravar guitarra em Lobo da Estepe, ele também participou da composição”, relata.

Salvador é a segunda capital a receber o show de lançamento de Hasta: “(A recepção) Tá muito massa, os fãs estão sempre pedindo os shows nos posts. E já tocamos em São Paulo, foi ótima a recepção, a galera já está cantando as músicas”, conclui Jajá.

VIVENDO DO ÓCIO – Lançamento do álbum ‘Hasta La Bahia’ / Amanhã, 19h / Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho) / R$ 80 (primeiro lote), R$ 55 (social com 1kg de alimento), R$ 50 e R$ 100 (segundo lote) / Vendas: Sympla / Classificação Indicativa: 18 anos