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Editorial - Na cadência lenta da vacina

Publicado domingo, 10 de julho de 2022 às 00:30 h | Autor: Da Redação
Órgão necessário pela aprovação de imunizantes atua em velocidade de câmera lenta
Órgão necessário pela aprovação de imunizantes atua em velocidade de câmera lenta -

Qual justificativa seria plausível de exame em uma situação de óbitos e cobertura vacinal incompleta da população, enquanto o órgão necessário pela aprovação de imunizantes atua em velocidade de câmera lenta?

Pois esta representação estaria mais próxima de fidedigna ao cenário envolvendo a inação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), logo é “realidade” o atraso dos pedidos de registro definitivo da marca CoronaVav.

Ora, cabe aos gestores federais da pandemia tentarem dar ritmo à quelônia mania, quase obsessão, ao permitir-se dirigir por trâmites burocráticos, em momento no qual é preciso tomar à frente e cuidar de apressar todos os detalhes.

Desconta-se de tal interpretação a originária distinção de método entre a medicina, de cuja rapidez depende salvar vidas, e a ciência, retida na lentidão própria das testagens de hipóteses em busca do conhecimento possivelmente confiável.

Fato é a aceitação tácita de exagero no cumprimento de prazos, na passagem de uso emergencial para definitivo, devendo agora tentar organizarem-se para procederem os especialistas a verificação.

Também estão os funcionários públicos em excelente oportunidade de prestação de serviço célere, ao eliminar uma outra pendência, visando aplicação das doses nas crianças de 3 a 5 anos.

A regularidade da cadência poderia associar-se a gêneros suaves, substituindo-se o tempo lentamente ritmado do mundo burocrático pela condução das partituras exemplarmente construídas para estéticas pausadas.

O dever com o cidadão, de quem emana o ordenado, seria motivo razoável de troca de marcha no desempenho da agenda dos barnabés, como passaram a chamar-se, em tom jocoso, após sucesso de Carnaval nos anos 1940.

A represa de trabalho em situação extrema não produz surpresa, em razão de ter se firmado no perfil das equipes ministeriais, desde o primeiro dia da sars-cov-2 entre os brasileiros, dos quais 673 mil não estão mais entre nós.

Insistir na toada seria nublar o horizonte já carregado do candidato a reeleição.

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