POLÍCIA
“Banco paralelo” do PCC é desmontado em megaoperação da Polícia Civil
Estrutura era usada pelo PCC para mascarar recursos do tráfico, estelionato e jogos de azar

Por Luan Julião

Uma grande ofensiva da Polícia Civil de São Paulo, realizada na quarta-feira, 4, desmontou um esquema de lavagem de dinheiro que abastecia o Primeiro Comando da Capital (PCC). Batizada de Operação Falso Mercúrio, a ação foi articulada pela 3ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), do Deic, após meses de apurações.
Os investigadores identificaram que o grupo criminoso operava como uma espécie de serviço financeiro clandestino da facção, responsável por escoar e mascarar recursos obtidos com tráfico de drogas, estelionato e jogos de azar.
A engrenagem funcionava em três frentes: o núcleo principal, encarregado da coordenação; coletores, que reuniam os valores; e beneficiários finais, responsáveis por receber o dinheiro já “limpo”.
Estrutura sofisticada
Segundo a Polícia Civil, o esquema utilizava empresas de fachada, movimentações bancárias fracionadas e transações patrimoniais criadas para dar aparência de legalidade às operações. O objetivo era ocultar a origem ilícita dos valores e dificultar o rastreamento por órgãos de controle.
Para burlar sistemas de fiscalização, a organização montou um circuito financeiro paralelo, com operações desenhadas para não acionar alertas automáticos do setor bancário.
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Ofensiva policial
A operação mobilizou cerca de 100 policiais civis no cumprimento de 54 medidas judiciais, entre prisões, buscas e apreensões e ordens de bloqueio de bens. O balanço inclui:
- 6 mandados de prisão
- 48 buscas e apreensões
Sequestro de patrimônio:
- 49 imóveis
- 3 embarcações
Bloqueio financeiro:
- 57 contas bancárias
- 20 pessoas físicas e 37 jurídicas atingidas
Restrições sobre veículos:
- 257 veículos bloqueados
- 44 pessoas físicas e 213 jurídicas afetadas
Embora os valores totais não tenham sido divulgados, o volume de bens atingidos indica montantes milionários em circulação.
Vínculos com a facção
A investigação concluiu que o sistema operava diretamente para o PCC, que terceirizava a lavagem de dinheiro para reduzir riscos e ampliar sua capacidade de movimentação. O esquema atendia desde operadores intermediários até membros de alto escalão da facção.
A Operação Falso Mercúrio representa uma das maiores ações recentes contra a estrutura financeira do grupo criminoso em São Paulo.
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