TRAGÉDIA
Fogo amigo: PMs gravaram vídeo brincando antes de trocar tiros
Policiais eram amigos, compadres e colegas de farda; Polícia Civil apura motivação

Por Andrêzza Moura

Momentos antes de ser assassinado com, pelo menos oito tiros, o sargento da Polícia Militar Eduardo Filipe Santiago Ferreira, de 42 anos, aparece em vídeo rindo ao lado do amigo e futuro algoz, o também sargento da PM William Amaral da Conceição, 36.
No vídeo, divulgado após o crime, os dois aparecem dentro de um carro, aparentemente alcoolizados e brincando: "Vamos resgatar o mano, vamos resgatar o mano lá, vamos pegar o helicóptero agora", diz eles, em tom de brincadeira.
Pouco tempo depois, a cena muda completamente. Câmeras de segurança de uma residência da Avenida Jambeiro, em Vila Valqueire, Zona Sudoeste do Rio de Janeiro, registra o exato momento em que o veículo com os policiais para no meio da rua e o sargento Eduardo desce seguido por Willian.
Já fora do carro, desesperado, Santiago tenta evitar o pior e grita: “Amaral! Amaral! Tá maluco? Sou eu, Santiago, mano!”.

Amaral responde: “vai tomar no c*! Eu vou te matar!”. Mais uma vez, Santiago insiste: “Amaral, é o Santiago!”, em vão. Durante a tentativa de diálogo, ocorrem os disparos.
A tragédia aconteceu exatamente à meia-noite do domingo, 19, nas proximidades do número 525. Na hora, chovia muito forte.
Compadres e colegas de farda
Os dois policiais estavam de folga e bebiam juntos em um bar momentos antes do crime. Eles eram mais que colegas,eram compadres de batismo dos filhos. A relação entre os dois sempre foi considerada próxima.
Santiago era lotado no 18º BPM (Jacarepaguá), enquanto Amaral atuava no 40º BPM (Campo Grande).
Crime sem explicação
A motivação da briga ainda é desconhecida. O que se sabe é que os dois discutiram dentro do carro antes de Santiago descer gritando. A troca de tiros terminou com Santiago morto e Amaral ferido.
Durante o depoimento à polícia, William Amaral da Conceição alegou ter sido assaltado e disse que não se lembrar do que aconteceu. Ele foi preso em flagrante e levado inicialmente para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Depois, foi transferido sob custódia para o Hospital Central da Polícia Militar, no Centro do Rio, onde segue internado.
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Investigação em andamento
A Divisão de Homicídios da Capital investiga o caso, que também está sendo acompanhado pela Corregedoria da Polícia Militar. As armas dos dois sargentos foram apreendidas para perícia.
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