FRAUDE BANCÁRIA
Hacker é preso por fraude de R$ 107 milhões contra o Banco
Dispositivo eletrônico instalado em agência permitiu desvio de valores em poucos minutos

Por Redação

A Polícia Civil do Pará, com apoio da Polícia Civil do Maranhão, prendeu na manhã dessa terça-feira, 23, Arlison Lima Queiroz, de 35 anos, suspeito de envolvimento em uma fraude milionária contra o Banco da Amazônia (Basa) ocorrida em julho desse ano e que resultou no desvio de R$ 107 milhões.
A prisão foi realizada na residência do suspeito, em Santa Inês, no Maranhão, durante a segunda fase da Operação Porta 34. Arlison é apontado como o hacker que instalou um dispositivo eletrônico clandestino na agência do Basa em Santa Inês, o que possibilitou o desvio dos valores.
Para isso, ele teria contado com a ajuda de um gerente da agência, que facilitou a instalação do aparelho. Esse dispositivo retirava os recursos diretamente das contas de clientes da agência de Belém, transferindo-os para contas de "laranjas".
De acordo com o delegado Tainan Melo, da Polícia Civil do Pará, a operação foi rápida. "O dispositivo foi inserido apenas uma vez e, em cinco minutos, R$ 107 milhões foram desviados", revelou. O sistema funcionava de maneira automatizada, roubando as senhas dos gerentes, identificando as contas-alvo e validando as transações com as duas autorizações necessárias para a retirada.
O delegado explicou ainda que, “como a retirada de dinheiro exige duas senhas de gerentes, o dispositivo já possuía ambas, executando as operações em poucos minutos. Parte significativa do valor já foi recuperada via PIX pelo sistema bancário”.
Além da prisão temporária de Arlison, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados ao suspeito, com a apreensão de equipamentos eletrônicos e documentos que serão analisados pela perícia. A operação contou com o apoio da 7ª Delegacia Regional de Santa Inês.
Esta ação é a segunda fase da Operação Porta 34. Na primeira fase, realizada em julho, três homens foram presos, incluindo o gerente do banco acusado de facilitar as transferências fraudulentas por meio do acesso privilegiado ao sistema interno do Basa.
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As investigações seguem para identificar outros envolvidos e rastrear o destino do dinheiro desviado. Segundo o delegado regional de Santa Inês, Alisson Guimarães, “há indícios de crimes como lavagem de dinheiro, corrupção e fraude bancária. Valores milionários dificilmente são movimentados por poucas pessoas, provavelmente envolvem dezenas de envolvidos”.
Em nota, o Banco da Amazônia afirmou que está colaborando com as investigações e repudiou qualquer ação ilegal envolvendo suas operações.
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