FALSIFICAÇÃO BEBIDAS
Homem é preso por envolvimento em falsificação de bebidas alcoólicas
Ele é apontado pela polícia como um dos principais fornecedores de materiais usados na falsificação de bebidas

Por Andrêzza Moura

Um homem, que não teve o nome revelado, foi preso nessa sexta-feira, 3, na zona norte de São Paulo, apontado pela Polícia Civil como sendo um dos principais fornecedores de materiais usados para falsificar bebidas alcoólicas. O suspeito foi detido no bairro Jardim Carumbé durante uma operação que investiga a comercialização clandestina desses produtos.
Ainda conforme as investigações conduzidas pela 1ª Delegacia de Investigações sobre Roubo e Furto de Veículos (Divecar), o homem utilizava dois imóveis para armazenar e distribuir insumos como garrafas, tampas, rótulos, caixas e selos falsificados de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que eram aplicados nas bebidas ilegais para simular autenticidade.
A Polícia identificou que os rótulos falsos eram produzidos em gráficas que agora também estão senso investigadas, assim como os fabricantes das tampas adulteradas. O suspeito foi autuado por crimes contra a propriedade industrial e contra as relações de consumo.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), ele abastecia uma rede de falsificadores espalhada por todo o estado, com foco maior no interior paulista. As investigações mostram que o homem liderava uma estrutura organizada, envolvendo diversas pessoas que atuavam nas diferentes etapas da produção, desde o envase das bebidas até a colocação dos rótulos fraudulentos.
A operação ocorre em meio ao alerta crescente das autoridades de saúde em todo os país. Só em São Paulo, a Secretaria da Saúde do estado registrou 102 casos de intoxicação por metanol, sendo 11 confirmados - um desses resultou com a morte de uma vítima na capital. Outros 91 casos estão em investigação, incluindo oito óbitos: cinco em São Paulo, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru.
Desde o início do ano, dez estabelecimentos foram interditados e 30 pessoas foram presas por envolvimento com adulteração de bebidas alcoólicas no estado.
Caso na Bahia
Na Bahia, um possível caso de intoxicação por metanol também está sendo investigado. Um homem, de 56 anos, morreu na madrugada dessa sexta-feira, 3, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Queimadinha, em Feira de Santana, a cerca de 115 km de Salvador.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou o óbito e informou que amostras serão coletadas para análise laboratorial, com resultado previsto em até sete dias. A suspeita é de que o homem tenha ingerido bebida adulterada.
A Sesab reforçou orientações para que todas as unidades de saúde, públicas e privadas, fiquem atentas aos sintomas compatíveis com intoxicação por metanol, como dor abdominal, visão turva, confusão mental e náuseas, que podem surgir entre 12 e 24 horas após a ingestão. Para os casos confirmados, o Ministério da Saúde recomenda o uso de etanol farmacêutico como antídoto.
O caso da Bahia está sendo acompanhado pelas equipes de vigilância estadual e municipal, em articulação com a Secretaria da Segurança Pública do estado (SSP/BA), como parte de um esforço conjunto de monitoramento e investigação.
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No âmbito nacional, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional) já contabiliza 59 notificações de intoxicação por metanol. São 43 registros sob investigação, incluindo 39 em São Paulo - 10 confirmados e 29 sob análise -, e quatro em Pernambuco. Um óbito foi confirmado em São Paulo, enquanto outros sete estão sob apuração - cinco no mesmo estado e dois em Pernambuco. Até o momento, quatro suspeitas já foram descartadas.
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