VIOLÊNCIA
Integrantes de facção seguem procurados após série de homicídios em Jequié
Ação já prendeu 18 integrantes de facção e investiga ao menos 19 homicídios na região

Por Luan Julião

A Polícia Civil da Bahia intensificou as buscas para localizar 24 criminosos que continuam foragidos após a deflagração da Operação Castelo de Cartas, realizada em setembro em Jequié e cidades vizinhas no sudoeste do estado. A ofensiva já havia resultado na prisão de 18 integrantes do grupo, acusado de comandar homicídios, tráfico de drogas, comércio de armas e lavagem de dinheiro.
Nesta sexta-feira, 3, a Vara do Júri e Execuções Penais da Comarca de Jequié autorizou a divulgação das fotos e nomes dos fugitivos. A decisão atende a um pedido da Polícia Civil e tem respaldo no artigo 20 do Código Civil. De acordo com o juiz responsável, a medida é necessária para proteger a sociedade e auxiliar na captura de indivíduos considerados de alta periculosidade, integrantes de uma facção estruturada e armada.
Estrutura criminosa e investigações
As apurações, conduzidas pelo Núcleo de Homicídios da 9ª Coorpin/Jequié desde janeiro de 2025, apontam que a quadrilha está ligada a pelo menos 19 assassinatos consumados este ano, todos relacionados à disputa pelo controle do tráfico na região.
Durante a primeira fase da operação, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, além da apreensão de drogas, veículos, celulares, balanças de precisão e valores em espécie. Também houve o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens avaliados em mais de R$ 2 milhões.
A ofensiva acontece em um cenário de violência crescente no município, que há meses vive sob a disputa entre as duas maiores facções criminosas do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Conhecidos localmente pelos apelidos “tudo 2” e “tudo 3”, os grupos travam uma guerra por território que transformou Jequié em uma das cidades mais perigosas do Brasil.
O reflexo dessa rivalidade é visível nas ruas. Nas duas primeiras semanas de agosto, sete homicídios foram registrados, a maioria de jovens entre 19 e 45 anos. Muitas das execuções têm características de retaliação direta: mortes sumárias, emboscadas e ataques a rivais.
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Lista de procurados
Confira abaixo os nomes divulgados pela Justiça:
Danilo Silva Santos – “Danilo Espinha” ou “02”

Emerson Santos Marques – “Negão do Açougue” ou “04”

Joelson Rodrigues Santos – “Careca” ou “05”

Guilherme Santos Torres – “Pesadelo”, “09” ou “Guilherme Beira Rio”

Gleison de Oliveira Santos – “GG” ou “011”

Júlio César Soares Santana – “Júlio Cachorrão” ou “Caco”

Yan Barros de Pinho – “Yan da Cachoeirinha”

Hugo Oliveira dos Santos

Hebert Lima Valverde – “Dindo”

Marcos Silva de Oliveira – “Poze” ou “Bê”

João da Cruz dos Santos Neto – “Joãozinho”

Mikel Silva Veiga – “Mikel Rifas”

Bruno dos Santos Bastos – “Bobô”

Jamerson das Virgens Nascimento – “Jaminho”

Samuel Neri Santos – “Aladdin”

Ricardo de Jesus Menezes

Brenda Santa Cruz dos Santos

Kennedy da Silva Britto

Daniel Matos da Silva – “Daniel Capenga”

Adilson dos Santos

Ana Carolina de Jesus Queiroz

Clara Miranda Santos

Adriele Pereira da Silva

Fagner Barros de Pádua

Como denunciar
A Polícia Civil reforça que qualquer informação sobre os foragidos pode ser repassada de forma anônima em qualquer unidade policial, pelo Disque Denúncia (181) ou pelo telefone 190.
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