DESFECHO
Líder espiritual é condenado a mais de 50 anos de prisão por crimes sexuais
Vítimas relataram coação, embriaguez induzida e exploração da fé para abusos

Por Luan Julião

Kleber Aran Ferreira e Silva, responsável pela Associação Sociedade Espírita Brasileira Amor Supremo (Sebas), foi condenado a cumprir pena de 50 anos, 16 meses e 25 dias em regime fechado pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude.
A sentença é resultado de uma investigação conduzida pelo Ministério Público da Bahia (MPBA), com participação da 1ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a partir de denúncias recebidas pelo projeto 'Justiceiras', voltado para apoio a mulheres vítimas de violência de gênero.
O acusado, que atraía seguidores em busca de orientação espiritual e supostas curas, utilizava sua posição de líder para coagir sexualmente mulheres em situação de fragilidade emocional ou com familiares doentes. Segundo relatos das vítimas, Kleber alegava que relações sexuais faziam parte de “trabalhos espirituais” e que sua “energia sexual” seria necessária para auxiliar entidades.
Ele também induzia as mulheres a ingerir bebidas alcoólicas durante os encontros, aumentando sua vulnerabilidade.
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As investigações apontaram que Kleber afirmava incorporar o espírito “Dr. Fritz” e aplicava um padrão de manipulação psicológica sobre os fiéis, explorando seu poder de liderança para cometer os abusos. Ele já havia sido condenado em novembro de 2024 por violação sexual mediante fraude contra três mulheres, além de ser obrigado a pagar R$ 50 mil a cada uma por danos morais.
A determinação do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) foi proferida no último dia 12, quando os desembargadores da 1ª Turma da Segunda Câmara Criminal reconheceram o crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal, considerando que uma das vítimas estava sob efeito de embriaguez induzida pelo acusado.
O recurso do MPBA também ampliou a pena inicialmente fixada em 20 anos e cinco meses pela 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Salvador.
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