PERIGO
Quase metade dos tiroteios no Rio ocorrem próximos a escolas
Dado consta em levantamento feito pelo levantamento do Ministério Público

Por Anderson Ramos

Um dado preocupante dá uma dimensão do problema de segurança pública enfrentado pelo Rio de Janeiro. Segundo levantamento do Ministério Público do Estado (MPRJ), nos últimos oito anos, 45% dos tiroteios registrados na região metropolitana do Rio de Janeiro ocorreram a menos de 300 metros de alguma escola.
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Na pesquisa encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 23 de outubro, em mais de um terço desses casos, houve envolvimento de agentes da polícia. O envio do documento aconteceu cinco dias antes da operação mais letal da história do estado, que deixou mais de 130 mortos, incluindo quatro policiais.
No parecer, o MP se manifesta contra um pedido da Defensoria Pública do Rio para proibir operações policiais em um raio de 500 metros de escolas. O órgão diz que a medida é inviável.
"Bairros e comunidades inteiras seriam zonas de acesso vedado às forças de segurança", justifica o MP, que defende a manutenção da decisão original do Supremo na chamada "ADPF das Favelas".
A Corte não restringiu operações policiais perto de escolas, mas determinou "respeito rigoroso às exigências de proporcionalidade no uso da força, especialmente no período de entrada e saída" dos estudantes e servidores.
De acordo com o MP, desde 2017, cerca de 65,6% dos tiroteios registrados próximos a escolas não tiveram a participação das agentes estatais, "apenas integrantes de organizações criminosas".
Megaoperação
A operação, deflagrada na terça-feira, 28, tinha o objetico de cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV). Segundo a polícia, entre os mortos estão lideranças da facção de outros estados que se refugiaram na região. A ação contou com 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar e apoio do Ministério Público, no âmbito da Operação Contenção.
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