POLÍTICA
Áudios mostram Bolsonaro irritado com escândalo das joias
Conteúdo aponta preocupação do ex-presidente
Por Cássio Moreira

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece irritado com a repercussão do escândalo das joias em áudios encontrados no seu aparelho celular, apreendido pela Polícia Federal (PF). Nas conversas, o político reclama das acusações feitas contra ele.
Em um dos áudios, de abril de 2023, Bolsonaro responde ao seu então ministro secretário da Comunicação Social, Fábio Wajngarten, sobre a possibilidade de ser acusado de peculato. O ex-presidente havia se tornado alvo de uma investigação sobre as joias dadas pelo governo saudita.
“Fábio, a nota aí, né? ‘Indícios de desvio de recurso público’. Que que é isso? Onde é que inventou isso? Indícios para me incriminar com peculato? É uma piada, realmente. Valeu”, disparou Bolsonaro, ao receber do ministro algumas notícias sobre a investigação.
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Em outra mensagem de voz, Bolsonaro convida o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, para visitar uma fazenda cedida a ele por um amigo, na cidade paulista de Ribeirão Preto.
"Vou domingo para lá. Vou dormir na fazenda lá do Paulo Junqueira e na segunda de manhã estou na Agrishow. Vamos lá, te boto lá. Eu não estou mandando muito não, mas consigo te botar no palanque comigo. Valeu”, disse o ex-presidente. Os áudios foram divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo.
TCU toma decisão
Em maio deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que as joias dadas pelo governo da Arábia Saudita a Bolsonaro não podem ser consideradas patrimônio público. Relator do processo, o ministro Jorge Oliveira destacou que não há uma norma versando sobre o tema.
"A ausência de norma legal específica, aplicável aos presidentes da República, embora não impeça a atuação deste Tribunal no âmbito de suas competências constitucionais e legais, afasta a possibilidade de expedição de determinação ampla e generalizada, por esta Corte, para incorporação ao patrimônio público de presentes eventualmente recebidos pelos presidentes da República, especialmente diante de ausência de caracterização precisa do conceito de "bem de natureza personalíssima", afirmou o ministro.
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