BAHIA
Saiba quem é político baiano que teria conexão com facção criminosa
Em nota, político nega envolvimento e ligação com grupo criminoso
Por Gabriela Araújo

O ex-deputado federal Uldurico Júnior (MDB) é apontado como “padrinho político” da ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, de 33 anos, na denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), revelada nesta sexta-feira, 4.
Uldurico Júnior, filiado ao MDB da Bahia, foi eleito para assumir um assento na Câmara dos Deputados, pela primeira vez, em 2015. À época, o político era filiado ao PV.
Ele assumiu dois mandatos em Brasília, encerrando a sua passagem na capital do Brasil, em 2022, quando não conseguiu se reeleger.
Na ocasião, o emedebista encerrou as eleições com 69.087 dos votos, ficando na suplência do partido.
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Já fora dos cargos eletivos, o político voltou a encarar o processo eleitoral em 2024, quando concorreu à prefeitura de Teixeira de Freitas, no extremo-sul baiano, seu reduto eleitoral.
Uldurico, por sua vez, amargou mais uma derrota, figurando o segundo lugar na disputa. Na ocasião, ele perdeu a vaga para o prefeito Marcelo Belitardo (União Brasil), que foi eleito com 51.156 votos.
Já o emedebista acumulou apenas 18.130 votos.
Uldurico e ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis
O ex-parlamentar também foi citado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) como o responsável por indicar a mulher para o cargo de diretora geral do Conjunto Penal de Eunápolis.
Joneuma Silva Neres foi nomeada em março do ano passado para a função, quando substituiu o tenente-coronel PM Cleber Santos, segundo informações do Diário Oficial do Estado (DOE).
Em janeiro deste ano, ela foi exonerada do cargo, após o seu envolvimento com a fuga dos presos ligados à facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), com associação ao Bonde do Maluco (BDM), aliado regional do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Uldurico x facção criminosa
Após assumir a função, Joneuma, que mantinha um relacionamento com o líder da facção local, ficava responsável por intermediar o encontro do criminoso com o ex-deputado federal, de acordo com a denúncia encaminhada pelo MP-BA.
As conversas aconteciam “de forma clandestina, com a participação de Joneuma, e cercadas de ‘cuidados especiais’ para não serem registradas pelas câmeras de segurança ou arquivos da unidade, o que representava uma grave quebra dos protocolos de segurança.”
O documento disponibilizado pelo órgão baiano ainda revela as intenções de Joneuma com a intermediação das reuniões entre o grupo criminoso e o político:
- Acobertar politicamente as atividades criminosas da facção PCE;
- Favorecer suas ações no interior do Conjunto Penal de Eunápolis.
Em nota encaminhada ao Portal A TARDE, o político nega qualquer tipo de envolvimento com o grupo e explica o motivo de ter ido ao presídio.
“Eu não respondo a nenhuma acusação. Apenas estive no presídio conversando com vários representantes de cada ala para falar sobre direitos humanos, que sempre foi uma pauta minha como deputado federal”, disse.
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