BAHIA
Vereadora apresenta projetos polêmicos sobre bebês reborn
Entenda proposições protocoladas pela edil na Câmara Municipal de Salvador (CMS)
Por Gabriela Araújo

O uso dos bebês reborn vem causando alvoroço dentro e fora das redes sociais. Os bonecos hiper-realistas, que surgiu nos anos 2000, virou alvo de projetos de lei nas casas legislativas.
Em Salvador, a vereadora Débora Santana (PDT) apresentou um documento que proíbe atendimento dos bonecos que imitam recém-nascidos nos departamentos públicos da cidade.
Um dos argumentos utilizados pela edil para protocolar a proposta leva em conta que o objeto é um ser inanimado. Para ela, a exigência de atendimento médico é vista como um uso indevido e inadequado dos recursos de emergência de hospitais.
“Fato é que os “bebês reborn” não são seres vivos, não passam de bonecas, e tem pais dessas bonecas exigindo atendimento médico no serviço de emergência dos hospitais brasileiros, especialmente pelo SUS”, diz um trecho do projeto.
Os possíveis atendimentos aos bebês reborn, de acordo com a pedetista, são inadequados, prejudiciais e financeiramente irresponsáveis.
“Tal prática coloca em risco a vida de pessoas que realmente necessitam de atendimento emergencial e representa um "sério desperdício dos impostos em razão de um pseudo aparato lúdico”, acrescenta outro trecho.
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Saúde mental
A mesma vereadora também protocolou um outro projeto voltado para o tratamento da saúde mental das mães de bebês reborn. A proposta trata sobre a implantação de um programa de saúde mental.
O que a proposição apresenta
O projeto, que se assemelha com a da deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), estabelece regras para que o atendimento a essas pessoas seja feito por meio do SUS.
- I – O acolhimento de pessoas que se consideram pais e mães de “bebês reborn”, com orientações e informações específicas dos perigos de se utilizar os bonecos “reborn” como uma fuga da realidade, com dependência afetiva do objeto, bem como o acompanhamento integral para conscientização, aceitação e orientação para buscar atendimento especializado;
- II – Prevenção e acompanhamento de saúde mental de pessoas que se consideram pais e mães de “bebês reborn” que já manifestem transtornos de ordem psíquica que possa leválos a um estado de depressão ou suicídio;
- III - Formatação de estratégias de enfrentamento de alterações sociais e de aceitação, em conjunto com o núcleo familiar.
‘Febre’ dos bebês reborns
Os bonecos hiper-realistas voltaram a ganhar popularidade entre os brasileiros, e a prática vem sendo endossada nas redes sociais por mulheres adultas.
Os preços dos bonecos variam entre R$ 550 a R$ 8.500. Na maioria dos casos, o produto acompanha certidão de nascimento, certificado de autenticidade e chupeta.
Homenagens e reconhecimento em outras cidades
A discussão sobre o reconhecimento das mães reborn chegou também ao poder público. No Rio de Janeiro, a Câmara de Vereadores aprovou no último dia 7 de maio o Projeto de Lei nº 1892/2023, que institui o Dia da Cegonha Reborn no calendário oficial da cidade. A proposta, de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), é uma homenagem às artesãs que produzem bonecos realistas e às mulheres que vivenciam a maternidade simbólica por meio dessas bonecas.
Segundo o parlamentar, a ideia surgiu após o pedido de um grupo de mulheres que se sentem emocionalmente ligadas aos reborns. O projeto ainda aguarda sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes (PSD).
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