Bolsonaro diz ter ficado sabendo de joias 14 meses após a apreensão
Ex-presidente alegou que ofício para a retirada das joias em dezembro foi para evitar vexame diplomático
O depoimento prestado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sede da Polícia Federal em Brasília nesta quarta-feira, 5, foi feito na condição de investigado. Anteriormente, a corporação não classificava o ex-mandatário dessa forma, sendo esse, inclusive, o motivo pelo qual negou à defesa de Bolsonaro o acesso aos autos do processo.
De acordo com advogados do ex-presidente, no depoimento, ele disse que só tomou conhecimento das joias apreendidas na alfândega no Aeroporto de Guarulhos 14 meses depois. Ele disse que não sabe quem o avisou do ocorrido, mas, assim que soube, em dezembro de 2022, ele teria buscado informações sobre o tema para evitar um suposto vexame diplomático caso os presentes fossem a leilão.
Ao site Metrópoles, fontes da PF apontaram que o presidente não mencionou em nenhum momento o nome da sua esposa, Michelle Bolsonaro.
Na ocasião da apreensão das joias no valor de cerca de R$ 16,5 milhões, o então ministro Bento Albuquerque, responsável por trazer as peças recebidas como presente do governo da Arábia Saudita, chegou a dizer que o conjunto de joias retidos seria um presente para Michelle.
O depoimento de Bolsonaro, na íntegra, ainda não será divulgada pela PF por enquanto. Isso porque uma das dez pessoas que seriam ouvidas nesta quarta acabou não prestando depoimento. A divulgação do depoimento só acontecerá após essa décima oitiva.