BRASIL
Gravação expõe planos de advogadas para blindar senador de rachadinha
Defesa do filho '01' de Bolsonaro queria utilizar Abin para camuflar investigação da Receita Federal
Por Da Redação

As advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) contou ao então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), as investigações em curso contra a sua família “pelo quinto escalão” da Receita Federal, a qual ligou o congressista ao caso de ‘rachadinhas’ na Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj).
Ao tomar conhecimento sobre o assunto, o ex-presidente cogitou a fazer um pedido ilegal ao então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, pelo então chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, na tentativa de acobertar o filho ‘01’, através da Abin.
No áudio, que teve o sigilo quebrado nesta segunda-feira, 15, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mostra que as advogadas de Flávio conversaram com Ramagem sobre o plano de proteção ao senador, o que foi recusado pelo ex-chefe da Abin.
“Fiz um pedido do GSI de averiguação dos sistemas de inteligência da Receita”, diz uma das defensoras. Ramagem reage: “Quando?”. “Estou trazendo hoje”, ela responde.
E continua: “O que a gente gostaria: a gente gostaria que essa apuração do Serpro em relação ao Flávio, à esposa do Flávio, da família toda do Flávio deveria ser feita para a gente pedir a nulidade disso tudo”.
Em contrapartida, Ramagem acreditava que Heleno seria “crucificado” se ela viesse à tona e que nem o então ministro da Economia, Paulo Guedes, poderia dar apoio político à empreitada.
A advogada, então, reconhece que Bolsonaro pode ser acusado de usar a máquina pública em favor da família, mas aponta um caminho para a resposta política: “Não. Isso pode anular a ‘furna da onça’ como um todo”.
Após ouvir a estratégia, Ramagemdiz textualmente que “a via do GSI não é a correta”.
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