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Lira usou carro que PF suspeita ter feito entrega de dinheiro desviado

Homem que emprestou picape a Lira durante campanha foi alvo de operação da PF

Publicado segunda-feira, 05 de junho de 2023 às 13:13 h | Autor: Da Redação
Aliados de Lira foram alvo de operação
Aliados de Lira foram alvo de operação -

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), utilizou uma uma picape Toyota Hilux preta que foi monitorada e fotografada por agentes da Polícia Federal em uma entrega de dinheiro desviado em contratos para a compra de kits de robótica em Alagoas. O uso do veículo para a entrega dos valores aconteceu em janeiro deste ano, enqunato Lira a utilizou meses antes, durante as eleições. As informações são da Folha de S.Paulo. 

O carro pertence formalmente ao policial civil e empresário Murilo Sergio Juca Nogueira Júnior, alvo de busca e apreensão na operação Hefesto na semana passada.

>> Aliados de Lira são investigados pela PF por fraude com kit robótica

À Justiça Eleitoral, Lira informou que Murilo Sergio, emprestou de graça essa mesma Hilux para que ele usasse por dez dias em sua campanha, resultando em doação estimada em R$ 4.000 do policial para o presidente da Câmara. A cessão da Hilux foi formalizada em 16 de agosto.

Em um dos endereços ligados a Murilo, em operação da semana passada, a PF encontrou  um cofre superlotado com ao menos R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo.

A investigação da PF aponta que Murilo Sergio recebeu R$ 550 mil de Edmundo Catunda, sócio da Megalic, empresa de um aliado de Lira que venceu licitações para venda dos kits de robótica e está no centro das investigações. Uma empresa dele também recebeu valores direto da Megalic.

A Hilux de Murilo Sergio foi usada no final de janeiro em Maceió por um casal suspeito se ser responsável por operar um esquema de lavagem de dinheiro. A PF monitorou e filmou o casal usando o veículo para fazer um saque e uma entrega em um prédio de escritórios na cidade.

Além disso, a PF descobriu que embora estivesse no nome de Murilo, o veículo era usado pela esposa de Luciano Cavalcante, um dos mais próximos auxiliares de Lira, atualmente lotado na liderança do PP na Câmara.

Luciano Cavalcante e sua esposa viraram alvos da PF durante as investigações de movimentações financeiras da Megalic.

A Megalic funcionava em uma pequena casa no bairro de Jatiuca, em Maceió, com capital social de R$ 1 milhão. A empresa é apenas uma intermediária e não produz os kits. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou fraude nos processos de compras de kits de robótica no governo Jair Bolsonaro (PL) e suspendeu os contratos. No total, foram identificados 253 empenhos em valor total de R$ 189 milhões para a compra de kits.

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