CASO DAS JOIAS
Mauro Cid quis mirar em relógio de Lula para 'salvar' Bolsonaro do TCU
STF derrubou nesta segunda-feira o sigilo do relatório que indiciou Bolsonaro no caso das joias
Por Da Redação
O ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, tentou livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro do Tribunal de Contas da União (TCU) ao mirar no relógio do presidente Lula. A informação foi divulgada após o fim do sigilo do processo que indiciou o ex-mandatário sobre o caso das joias sauditas, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, diálogos entre auxiliares de Bolsonaro, incluindo Cid, descobertos pela PF, revelam planos para blindar o ex-presidente no TCU.
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Segundo a publicação, Cid sugeriu, em 29 de março de 2023, através de mensagens no WhatsApp, “ideias-força” a serem adotadas pelo grupo de auxiliares diante de uma determinação da Corte de Contas para que fosse devolvido imediatamente um dos kits de joias recebido por Bolsonaro.
As mensagens de Cid foram direcionadas a Marcelo Câmara, que também era assessor do ex-presidente. Os dois estavam em liberdade durante a trama. Os dois foram presos e, depois, liberados em meio às investigações.
Cid levantou hipóteses sobre a investigação do tribunal, alegando que a corte estava "sendo pautada pela imprensa” e “que o TCU diga quais bens querem que seja devolvido (sic), e não seja pautado pela imprensa”.
Outra questão levantada por Cid nas conversas, segundo a coluna, foi que "a medida seja estendida a todos os acervos privados dos ex-presidentes", ao se referir a matérias jornalísticas sobre um relógio de Lula.
Presentes
Tanto Lula quanto Bolsonaro receberam diversos presentes em seus respectivos mandatos na Presidência. Entre os presentes do petsita, estava um relógio Piaget, recebido em 2005 do então presidente da França, Jacques Chirac, além de um Cartier Santos Dumont.
Segundo no colunista, o TCU analisou o caso do segundo relógio dado a Lula e entendeu que, à época, a legislação o autorizava a ficar com o presente. A mudança que levou ao indiciamento de Bolsonaro aconteceu somente em 2016.
Desvios
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) formou uma associação criminosa para desviar cerca de R$ 6,8 milhões em presentes recebidos em visitas oficiais, segundo aponta o relatório da Polícia Federal (PF)
O valor difere dos R$ 25 milhões que foram divulgados anteriormente pela Polícia Federal em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, houve um erro material na conclusão do documento e o valor total, é de 6,8 milhões (US$ 1.227.725,12).
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