POLÍTICA
Coronel ligado a Braga Netto estava envolvido em estratégia golpista
Peregrino atuou no governo Bolsonaro e não foi alvo da PF
Por Redação
O coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, conhecido como "Cid de Braga Netto" devido à sua proximidade com o ex-ministro de Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, foi alvo de buscas da Polícia Federal (PF) no dia 14 de dezembro de 2024. Embora não fosse formalmente investigado, Peregrino foi mencionado na investigação sobre a trama golpista de 2022.
Ele esteve envolvido nos bastidores de estratégias de defesa de Braga Netto e outros aliados indiciados, articulando com militares próximos, como os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha.
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Peregrino, que havia sido assessor de imprensa de Braga Netto durante diversos cargos no governo Bolsonaro, acompanhou o general em todas as suas funções, incluindo sua passagem pela Casa Civil, Ministério da Defesa e, mais recentemente, como responsável pelas relações institucionais do PL em 2023.
Além disso, nos últimos meses, Peregrino atuou como assessor do deputado distrital Thiago Manzoni (PL), mas manteve um papel ativo nas articulações de defesa de Braga Netto, mesmo após o término do governo Bolsonaro.
A Polícia Federal identificou documentos comprometedores em fevereiro de 2024, durante buscas na sede do PL, em Brasília, que ligam Peregrino à investigação. Um desses documentos continha uma lista de perguntas e respostas sobre a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez um acordo de colaboração com a PF. A PF acredita que as perguntas podem ter sido feitas com o intuito de prejudicar o andamento das investigações sobre o caso.
Além disso, o coronel Peregrino teria conversado com investigados e articulado estratégias de defesa para Braga Netto e outros envolvidos na trama golpista. Um de seus papéis foi ajudar o general Heleno a se preparar para o depoimento na CPI de 8 de janeiro, que investigou os eventos relacionados aos atos golpistas de 2022.
A relação de Peregrino com os eventos golpistas levou à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, a pedido da PF e com o apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR), determinou que o coronel fosse proibido de se comunicar com outros investigados, a fim de evitar interferências nas investigações.
A prisão preventiva de Braga Netto, no sábado, 14 de dezembro, ocorreu com base em suspeitas de que ele estaria tentando interferir nas investigações, obtendo informações sigilosas sobre a colaboração de Mauro Cid, por meio de um contato com o pai do delator, o general da reserva Mauro Lourena Cid.
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