POLÍTICA
Eduardo Bolsonaro abre mão de mandato para ficar no exterior
Deputado é pivô de crise criada com 'tarifaço' de Trump
Por Cássio Moreira

Apontado como um dos mentores do 'tarifaço' de 50% das transações comerciais envolvendo o Brasil, imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sinalizou, nesta segunda-feira, 14, que deve renunciar ao mandato nos próximos dias.
A tendência de renúncia foi confirmada pelo parlamentar em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. Segundo Eduardo, que está fora do Brasil desde março deste ano, sob alegação de suposta perseguição de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ele corre risco de prisão, caso volte ao país. O prazo de licença termina no dia 20 deste mês.
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"Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o trabalho que eu poderia fazer no Brasil. No Brasil, o STF, quer dizer, Alexandre de Moraes, ia tentar colocar uma coleira em mim, tirar meu passaporte, me fazer de refém, ficar ameaçando, como ele sempre faz", afirmou o deputado, cotado nos bastidores para disputar a presidência da República nas eleições do próximo ano.
Tarifaço de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na última semana, a taxação de 50% dos produtos comercializados pelo Brasil no país. Ao anunciar a medida, o chefe da Casa Branca fez duros ataques ao Judiciário, e afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem é próximo, tem sido perseguido politicamente.
Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado, e será julgado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos bastidores, Eduardo Bolsonaro é tido como o responsável pela articulação que culminou no 'tarifaço'.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda formas de retaliação. Entre elas, a adoção da Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional recentemente.
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