JULGAMENTO DE BOLSONARO
Fux entra em contradição ao absolver réus da trama golpista
Voto do ministro durou cerca de 13 horas e condenou apenas Mauro Cid e Walter Braga Netto

Por Redação

O ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) entrou em contradição ao dar o seu voto no julgamento dos réus do núcleo crucial da trama golpista, na quarta-feira, 10. O magistrado mudou de opinião em relação a alguns pontos do processo.
Em março deste ano, o ministro adotou um tom duro ao falar sobre os atos golpistas cometidos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. Há seis meses, Fux classificava de "repugnante e absolutamente inaceitável" qualquer ato atentatório ao Estado democrático de Direito.
Ao longo de sua explanação de ontem, que durou cerca de 13 horas, por várias vezes, o ministro amenizou falas, atos, documentos e mesmo as atitudes de manifestantes do 8 de janeiro.
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Outro ponto de discordância com o que ele havia falado anteriormente foi em relação a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Se em março, o magistrado elogiou a denúncia do PGR Paulo Gonet e chamou de "blasfêmia" a possibilidade de criticar o trabalho do chefe do Ministério Público, na na sessão de ontem, em diversos momentos, chamou a denúncia de "narrativa", classificou acusações como "ilações" e rebateu o que, para ele, representou ausência de provas da culpabilidade da maioria dos réus.
Resultado
Luiz Fux votou pela absolvição de Almir Garnier, Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Anderson Torres das acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) relativas à tentativa de golpe de Estado.
Ele votou pela condenação de Mauro Cid e Walter Braga Netto apenas pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O julgamento será retomado nesta quinta-feira, 11, às 14h, com o voto de Cármen Lúcia.
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