POLÍTICA
Governo Lula concede anistia e indenização a Dilma Rousseff
Ex-presidente foi presa e torturada durante a ditadura militar
Por Cássio Moreira

A Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, concedeu, em decisão desta quinta-feira, 22, anistia política para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), presa e torturada durante o período da ditadura militar.
Dilma ainda deverá receber uma indenização de R$ 100 mil por conta das violações sofridas na época. A atual presidente do banco dos Brics foi presa em 1970, quando militava em movimentos de esquerda contrários ao regime, por subversão.
“Ante o exposto, opino pelo provimento parcial do recurso interposto por Dilma Vana Rousseff e opino pela retificação da portaria de número 1.089 de 6 de junho de 2022, para conceder a declaração de anistiada política Dilma Vana Rousseff, oficializando em nome do Estado brasileiro um pedido de desculpas pela perseguição sofrida no período ditatorial”, pontuou o conselheiro Rodrigo Lentz, ao votar pela anistia política.
Por que Dilma Rousseff foi presa?
Dilma foi presa em 1970, enquanto era militante de movimentos de esquerda. A ex-presidente começou sua trajetória na Organização Revolucionária Marxista - Política Operária (Polop), quando ainda tinha 16 anos. Logo em seguida, ingressou no Comando de Libertação Nacional (Colina), que se fundiu com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), formando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).
Enquanto esteve presa, Dilma foi torturada por agentes da Operação Bandeirantes (Oban) e do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). A então militante foi condenada a seis anos e um mês de prisão, tendo seus direitos políticos cassados por dez anos.
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Dilma Rousseff deixou a prisão em Juiz de Fora (MG) no final de 1972, após o Superior Tribunal Militar (STM) conceder uma redução de pena.
Torturas sofridas
Durante o tempo em que esteve presa, Dilma foi torturada com choques, socos, pau de arara e palmatória, alguns dos métodos mais usados no período. Em um depoimento ao Conselho Estadual de Direitos Humanos de Minas e Energia, em 2001, ela contou detalhes.
"Se o interrogatório é de longa duração, com interrogador ‘experiente’, ele te bota no pau de arara alguns momentos e depois leva para o choque, uma dor que não deixa rastro, só termina", afirmou Dilma.
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