DESVIO EM APOSENTADORIAS
INSS: Lupi teria sido alertado sobre fraude ainda em 2023
Ministério demorou um ano para tomar providências
Por Redação

Atas de reuniões do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) mostram que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foi alertado sobre indícios de irregularidades em descontos na folha de pagamento de aposentados ainda em 12 junho de 2023.
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Na ocasião, a conselheira Tonia Galleti citou o aumento de denúncias e pediu a inclusão da discussão sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) das entidades que possuem desconto de mensalidade junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) na pauta da reunião. Tonia era representante dos aposentados e pensionistas no conselho, que se reúne mensalmente.
Segundo a ata da reunião, o pedido foi negado, pois a pauta já estava elaborada. A conselheira então reforçou o pedido, alegando que havia “inúmeras denúncias feitas”.
Ela solicitou ainda que fosse apresentada a quantidade de entidades que possuem ACTs com o INSS, a curva de crescimento dos associados nos 12 meses anteriores e uma proposta de regulamentação que garantisse maior segurança para trabalhadores, INSS e órgãos de controle.
Em nota enviado ao Uol, Lupi que recebeu o aviso. "A demora de resposta do INSS sempre tinha a justificativa de ser um volume muito grande de associados, em torno de 6 milhões. Por isso, era um relatório extenso, profundo e demorado. Tive que demitir o diretor de benefício do INSS à época para que o relatório e as providências fossem tomadas."
Ministério demorou um ano para agir. A primeira medida do INSS foi tomada em março de 2024, quando o órgão publicou novas regras para que as associações fizessem os descontos nas aposentadorias.
A Operação Sem Desconto deflagrada na quarta-feira, 23, pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) teve como foco um esquema bilionário de fraudes INSS que teria desviado recursos de aposentados e pensionistas ao longo de anos.
De acordo com as investigações, os desvios ocorreram entre os anos de 2019 e 2024, podendo chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme é estimado.
Com o decorrer da operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado inicialmente e, em seguida, demitido do cargo.
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