POLÍTICA
Lula diz que não irá "se humilhar" para Trump diante do tarifaço
Presidente brasileiro descarta ligar para presidente norte-americano e reclama de falta de interlocução
Por Da Redação

Diante do Tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, e que entrou em vigor nesta quarta, 6, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista para a agência Reuters, que não irá "se humilhar" para o governo americano e que portanto não deve haver negociação direta sobre as taxas.
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Segundo Lula, a postura se deve também à falta de interlocução do governo Trump com os representantes brasileiros, à exemplo do vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
"Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar", disse Lula.
Com a lista de exceções que foi divulgada pelo governo Trump, as tarifas sobre os produtos brasileiros exportados só representarão 12% da balança comercial do Brasil, e segundo Haddad só impactará em 4% das exportações brasileiras, o que possibilita ao governo Lula uma margem de manobra para negociar os produtos com outros países.
"Se os Estados Unidos não querem comprar, nós vamos procurar outro para vender; se a China não quiser comprar, nós vamos procurar outro para vender. Se qualquer país que não quiser comprar, a gente não vai ficar chorando que não quer comprar, nós vamos procurar outros".
Tarifaço
O 'tarifaço' dos Estados Unidos contra o Brasil entrou oficialmente em vigor nesta quarta-feira, 6. A medida da Casa Branca, iniciativa do presidente Donald Trump, prevê uma sobretaxa de até 50% para produtos brasileiros exportados para o país.
Anunciada no dia 9 de julho, tendo como justificativa uma suposta perseguição do Judiciário ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a taxa foi oficiliazada no dia 30 do mesmo mês, mas adiada para começar nesta quarta, 6 (a expectativa é que tivesse início no primeiro dia de agosto).
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, minimizou os impactos da medida e também informou que o governo Lula estuda ações para mitigar os efeitos da tarifação na economia do Brasil.
Já na Bahia, a medida preocupa já que os Estados Unidos são um dos maiores parceiros comerciais da Bahia na importação de produtos como petróleo, ferro, celulose, grãos e etc, e estima-se que o impacto pode ser grande na economia baiana.
Além de perdas desses produtos, que já estavam prontos para serem exportados ao país norte americano, o estado baiano deve seguir um efeito cascata que deve começar pela perda de produção e consequentemente a uma perda financeira que pode afetar desde os grandes produtores aos pequenos.
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