DEU QUÍMICA
Lula e Trump: lobby de irmãos Batista abriu caminho para aproximação
Empresários brasileiros iniciaram diálogo com governo dos EUA há três semanas, o que ajudou a baixar a tensão entre o Brasil e os estadunidenses

Por Yuri Abreu

Antes de o presidente Lula (PT) ser chamado de "um homem bom" pelo mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, e o petista, posteriormente, afirmar que "houve uma química" entre os dois chefes de Estado durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque (EUA), empresários brasileiros com negócios na terra do "Tio Sam" entraram em ação e conseguiram furar o bloqueio imposto pela Casa Branca.
Até pouco mais de três semanas atrás, o representantes do governo Trump tinham reuniões mais extensas com o deputado federal autoexilado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o economista Paulo Figueiredo. Porém, de lá pra cá, de acordo com o colunista Octávio Guedes, do g1, os irmãos brasileiros Wesley e Joesley Batista, do grupo J&F, realizaram um intenso trabalho de lobby junto à gestão norte-americana.
Nos EUA, a empresa deles conta com 75 mil funcionários. Por lá, trabalham com frango, carne bovina, suínos e alimentos processados, como salsichas e salames. Há três semanas, Joesley teve um encontro com Donald Trump — a informação foi confirmada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Um dos assuntos debatidos foi o tarifaço, quando os representantes da J&F apresentaram os problemas que os consumidores americanos teriam com a imposição das tarifas, principalmente em produtos consumidos pelas classes mais baixas nos Estados Unidos, como hambúrguer e almôndegas.
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Lula reforçou a linha usada nos seu discurso, na terça, 23, e disse ter usado o momento para tratar de temas considerados essenciais. Ao responder sobre a fala de Trump, que declarou ter sentido uma 'química' com o brasileiro, o petista pontuou que Brasil e Estados Unidos possuem interesses em comum, o que pode facilitar o entendimento entre eles.
"Eu tive uma outra satisfação de ter um encontro com o presidente Trump. O que parecia impossível se tornou possível, e fiquei feliz quando ele disse que pintou uma química entre nós. Como eu acho que a relação humana é 80% química, é muito importante essa relação. Eu torço para que dê certo, são as duas maiores democracias do continente. Temos muitos interesses no debate sobre a questão digital, interesse na questão comercial", disse Lula.
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O encontro aconteceu no intervalo entre o discurso dos dois mandatários. Lula foi o primeiro chefe de estado a discursar, seguido de Trump. Segundo o norte-americano, os dois marcaram uma reunião para discutir as sanções aplicadas ao Brasil.
“Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos e nos damos um abraço. Nós concordamos em nos reunirmos na próxima semana. Não tivemos muito tempo para falar, foram 20 segundos, mas eu estou satisfeito e fico feliz por ter tido que esperar”, disse Trump.
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