Lula sinaliza destino de projeto que reduz pena de Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre o Projeto de Lei que prevê a redução das penas dos condenados por crimes contra a democracia, o que inclui seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que cumpre pena por liderar a trama golpista articulada após o resultado das eleições presidenciais de 2026.

O PL da Dosimetria, como é chamado o texto, foi aprovado pela Câmara dos Deputados na última semana, sendo enviado para o Senado. O presidente da Comissão de Constituição da Casa, senador Otto Alencar (PSD), no entanto, já indicou que deve rejeitar o projeto.

Questionado pela equipe do SBT News, Lula se comprometeu a analisar o texto, caso aprovado pelo Senado, mas traçou um histórico de crimes e acusações contra Bolsonaro, apontando o ex-presidente como responsável pela "morte de metade das pessoas que morreram de Covid" durante a pandemia.

Quando chegar na minha mesa, eu vou estar sentado na minha mesa com Deus, e eu vou tomar decisão. Eu só acho que o cidadão que tentou dar um golpe nesse país, que tentou fazer mentira o tempo inteiro na governança dele, que é responsável pela morte de metade das pessoas que morreram de Covid, pela irresponsabilidade dele

Lula ressaltou ainda que não pode agir como "advogado", nem julgar a pena de Bolsonaro, e reforçou que a decisão final só será tomada quando o projeto estiver em suas mãos.

"Nessa tentativa de golpe, tentando envolver Forças Armadas, merece ser condenado. Ele está condenado, eu não faço julgamento da quantidade de anos que ele foi condenado, porque eu não conheço os processos, eu não conheço as provas, eu não sou advogado. O que eu sei é que quando chegar na minha mão, eu vou tomar a decisão", pontuou.

Otto descarta aprovação

O senador Otto Alencar, que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), afirmou, nesta segunda-feira, 16, que o PL da Dosimetria não será aprovado pelo colegiado, caso não tenha sua forma original alterada.

“É uma vergonha o que eles aprovaram. Houve falta de cerimônia e de respeito com o povo brasileiro [...] Da forma como veio, nós vamos derrubá-lo. Essa lei não passa nem na CCJ, nem no plenário”, disparou.

Caso o texto passe por modificações, será novamente enviado para a Câmara dos Deputados, tendo uma nova rodada de votação.