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Políticos baianos detonam tarifaço de Trump: "Brasil não é quintal de ninguém"
Maiores lideranças da política baiana condenaram decisão do presidente dos EUA
Por Anderson Ramos

As maiores lideranças da política baiana condenaram a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% os produtos brasileiros que forem comercializados no país.
A medida surge como uma forma de retaliação ao Brasil devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu na trama dos atos golpistas, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Anunciada pelo republicano nesta semana, a medida começa a valer a partir de 1º de agosto, mas já gera impactos em setores da economia de diversos estados, inclusive na Bahia.
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O governador Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou que o Brasil "não é quintal de ninguém" e que com decisão Trump castiga o setor produtivo brasileiro. O baiano também saiu em defesa do presidente Lula da tentativa de interferência nas decisões da justiça e governo brasileiro.
“O presidente dos EUA, com essa decisão, taxa e castiga o setor produtivo brasileiro, que gera empregos e já tinha contratos fechados. Enquanto Lula trabalha para taxar as grandes fortunas, há quem jogue contra e prefira taxar o Brasil”, publicou o governador nas redes sociais.
Senadores em sintonia
Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), culpou a família de Bolsonaro pelo tarifaço e classificou a decisão do republicano norte-americano como “autoritária e unilateral”.
“A pedido da família Bolsonaro, Donald Trump anuncia a taxação de 50% em todos os produtos brasileiros, de forma autoritária e unilateral. O presidente norte-americano está confundindo a quem está se dirigindo. O Brasil não será quintal do país de ninguém. Quem decide a nossa vida somos nós. Que fique claro: o Brasil é dos brasileiros e não de capachos!”, publicou.
RESPEITA O BRASIL
— Jaques Wagner (@jaqueswagner) July 9, 2025
A pedido da família Bolsonaro, Donald Trump anuncia a taxação de 50% em todos os produtos brasileiros, de forma autoritária e unilateral. O presidente norte-americano está confundindo a quem está se dirigindo. O Brasil não será quintal do país de ninguém. Quem…
Outro que se manifestou contrário à medida foi o também senador Otto Alencar (PSD). O senador baiano conhecido por ser um dos parlamentares mais próximos de Lula, não amenizou nas palavras para definir a decisão de Trump e colocou o problema na conta da família Bolsonaro.
“Lamentável a visão primitiva de Trump. O mundo mudou; não há mais essa supremacia dos EUA. Absurdo é o comportamento entreguista e antipatriótico do bolsonarismo. O governo sustentará, com o povo, a nossa soberania”, comentou.
Bate-boca
A primeira manifestação sobre o assunto do ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi de reprovação ao comportamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
“É curioso: liderar a maior economia do país e, ao mesmo tempo, apoiar medidas que encarecem produtos e prejudicam a economia nacional”, escreveu Rui no X.
A crítica não foi bem recebida pelos aliados do então pretenso candidato à Presidência da República, que detonaram o ministro nas redes sociais. Um deles foi o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que recomendou ao ministro “não ficar batendo boca com o governador de São Paulo” e ir “trabalhar”.
O baiano rebateu as falas do parlamentar. “Senador Ciro Nogueira, não peça para me calar e abafar minha indignação ao ver que trumpistas/bolsonaristas colocam os interesses de outros países acima dos do nosso povo. É inacreditável que eleitos pelo povo defendam agressões tarifárias contra o Brasil; isso chama-se traição”, disse Rui.
Manifesto da Alba
A presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Ivana Bastos (PSD), publicou um manifesto reagindo contra o tarifaço de Trump.
No comunicado enviado à imprensa, Ivana afirmou que a decisão de Trump é um “flagrante desrespeito às normas internacionais de comércio e à convivência harmônica entre as nações” e que os efeitos podem ser catastróficos na economia do estado.
“As tarifas prometidas contra produtos brasileiros não são simples decisões comerciais; são tentativas de subjugação econômica e simbólica. Afetam diretamente setores estratégicos da economia baiana, ameaçando milhares de empregos, investimentos e o sustento de famílias inteiras. A Bahia não tolera tal violência”, escreveu.
Entenda tarifa de 50% imposta ao Brasil
A medida surge como uma forma de retaliação ao país devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu na trama dos atos golpistas, no Supremo Tribunal Federal (STF).
“A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional”, inicia o texto de Trump.
Na mensagem, o norte-americano considera a relação comercial entre os país como desequilibrada e “longe de ser recíproco”. Nesse sentido, o presidente diz ser necessário o afastamento com o Brasil.
“Entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual”.
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