POLÍTICA
Saiba os motivos da prisão de Fernando Collor
Ex-presidente foi preso na madrugada desta sexta-feira
Por Redação

O ex-presidente Fernando Collor de Mello, 75 anos, foi preso na madrugada desta sexta-feira, 25, em Maceió, após ser condenado em um processo da Operação Lava Jato, que tem como base uma denúncia apresentada em 2015 pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O caso, que começou quando ele ainda era senador, foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou sua prisão na quinta, 24.
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Entre acusações, a PGR apontou que:
- Collor, com ajuda dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, condenados na ação, favoreceu a UTC Engenharia em contratos com a BR Distribuidora, recebendo para isso R$ 20 milhões e
- Com seu poder político, teria influenciado nas indicações à diretoria da BR Distribuidora e facilitado a negociação de contratos.
As evidências foram relevadas por delatores da Operação Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros a aderir à delação premiada durante as investigações.
O crime de corrupção do ex-mandatário aconteceu entre os anos de 2010 e 2014, conforme consta na denúncia apresentada a Suprema Corte.
Ordem de prisão
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou na quinta, 14, a prisão do ex-mandatário, após o magistrado recusar o segundo recurso apresentado pela defesa do ex-presidente e ordenou o cumprimento imediato da pena imposta.
No entendimento do ministro, o recurso apresentado pelos advogados de Collor são protelatórios para evitar o fim do caso.
"A manifesta inadmissibilidade dos embargos, conforme a jurisprudência da Corte, revela o caráter meramente protelatório dos infringentes, autorizando a certificação do trânsito em julgado e o imediato cumprimento da decisão condenatória", decidiu o ministro.
Fernando foi condenado a oito anos e dez meses, em regime inicial fechado.
Sobre Collor
Oriundo de uma das famílias mais tradicionais da política de Alagoas, Collor foi eleito presidente em 1989, nas primeiras eleições diretas à Presidência da República após a ditadura militar. Ele derrotou candidatos como Luiz Inácio Lula da Silva, Leonel Brizola e Mário Covas. Seu partido, o Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
O governo Collor foi iniciado em março de 1990. E de cara estabeleceu medidas econômicas radicais para tentar combater a inflação, que na época chegava a 1700% ao ano. A principal dessas medidas foi o confisco das poupanças por um período de 18 meses.
A estratégia não deu certo, já que a inflação continuou um problema ao longo de todo o governo. A crise econômica e política somada a um escândalo de corrupção, envolvendo sua esposa, Rosane Collor, resultou na instauração de um processo de impeachment contra ele.
Diante da possibilidade de ter seu afastamento confirmado e seus direitos políticos cassados por oito anos, Collor renunciou em dezembro de 1992. Apesar disso, o Senado aprovou o impeachment e cassou seus direitos políticos temporariamente.
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