ASSÉDIO SEXUAL
Sussurros e mais: Anielle detalha assédio de Silvio Almeida por meses
Ex-ministro dos Direitos Humanos é acusado de assédio sexual contra ministra; ele nega
Por Da Redação
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco revelou, em depoimento reservado com ministros, que os assédios cometidos pelo ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, aconteciam “por meses”. Ela ainda afirmou que teve receio de escancarar a situação por “medo de ser desacreditada e perder o cargo por não ter como comprovar as acusações”.
Entre os episódios citados pela irmã de Marielle, assassinada em 2018, está uma apalpada nos ombros e nas costas de forma inadequada, de acordo com informações da revista Veja. Nos relatos, segundo o periódico, Almeida ainda teria tocado nas partes íntimas de Anielle.
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De acordo com a confissão da titular da pasta, o ex-ministro fazia comentários eróticos, sussurrava fantasias sexuais no ouvido dela e chegou a tocar suas partes íntimas. Com o objetivo de evitar que a situação se tornasse um escândalo, Anielle convidou Almeida para um jantar para tentar colocar um ponto final nessa situação.
Silvio Almeida foi demitido da pasta há uma semana pelo presidente Lula (PT), quando os casos vieram à tona, após uma publicação do portal Metrópoles. O advogado, contudo, nega as acusações desde o início e diz que é vítima de “perseguição”.
A ministra ainda contou que tentou “afinar os ponteiros”, quando marcou um jantar com Almeida, para que o caso não virasse um escândalo, conforme o depoimento. Ela ainda diz que acreditava em uma possível mudança de comportamento do colega. Mas, sem sucesso.
As confidências de Anielle foram contadas aos seguintes ministros: Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão).
Este mesmo jantar foi usado pelo ex-ministro como um argumento de defesa da sua inocência. Segundo ele, a atitude de convidá-lo a um jantar é incompatível com a de uma mulher que estaria sendo vítima de assédio.
O caso, inclusive, já era de conhecimento de alguns gabinetes de Brasília, assim como o do presidente da República. Com a denúncia oficial publicada na noite de quinta-feira, 5, houve uma movimentação para desligar o então ministro do cargo.
Após as denúncias, Silvio Almeida foi convocado a prestar depoimento. Ele relatou aos ministros Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) que as acusações eram fruto de uma disputa política entre militantes da mesma pauta e fariam parte de um movimento para tirar caluniá-lo.
Depois deste depoimento, Almeida teria conversado com amigos e decidido deixar o cargo para evitar constrangimentos ao seu governo. Todavia, um pouco antes de ir ao encontro do presidente Lula, ele mudou de ideia e divulgou uma nota considerando os casos como “ilações absurdas”.
Veja
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