POLÍTICA
Zambelli completa um mês foragida e segue na mira da Interpol e do STF
Deputada licenciada foi condenada a 10 anos de prisão
Por Redação

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) completa, nesta sexta-feira, 4, um mês foragida, após ter a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão veio após a parlamentar anunciar que havia deixado o Brasil.
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Na ocasião, Moraes também determinou que a Polícia Federal fizesse o procedimento de solicitação para inclusão do nome da parlamentar na Difusão Vermelha da Interpol, a rede internacional de polícias.
A PF então enviou o pedido à Interpol e no dia 5, às 12h45, o nome de Zambelli passou a ser procurado em 196 países, com inclusão na lista de procuradas internacionais.
Zambelli está condenada pelo STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato, devido ao envolvimento da parlamentar na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Saída do Brasil
Carla Zambelli afirmou, ao anunciar que estava fora do país, que foi para o exterior, inicialmente, para fazer um tratamento médico. A parlamentar bolsonarista pontuou que vai pedir licença do mandato para permanecer em terras estrangeiras.
A deputada chegou a ter o passaporte apreendido em 2023, mas o documento foi devolvido. Zambelli se encontra nos Estados Unidos, mas deve embarcar para a Europa, tendo a Itália como provável destino, uma vez que ela possui cidadania no país, o que impede uma extradição.
"Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias, eu vim a princípio buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e agora eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade da constituição, acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também", afirmou Zambelli ao anunciar saída do país.
Zambelli nega fuga
Procurada, a deputada Carla Zambelli negou que tenha fugido do Brasil. Ela classificou sua saída do país como um ato de "resistência", e desafiou o Supremo a tentar forçar seu retorno.
"Eu tenho um passaporte italiano, pode colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália", disparou Carla Zambelli ao site CNN.
"Sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a Justiça italiana me prenda. E aí não vai ser o Alexandre de Moraes, vai ser a Justiça italiana. Estou pagando para ver um dia desses", completou a deputada.
Processo na Câmara
Em junho, Zambelli foi notificada pela Câmara dos Deputados sobre o processo da perda de mandato. Conforme a legislação da Casa, quando um deputado é condenado criminalmente e não cabe mais recurso, a análise sobre a perda do mandato começa pela Comissão de Constituição e Justiça.
A defesa da deputada licenciada apresentou nesta quarta, 2, a defesa no processo que pode levar à perda de seu mandato. O documento foi entregue à CCJ e conta com um pedido de acareação entre a deputada e o hacker Walter Delgatti, condenado junto com ela.
Pelo regimento da Câmara, depois de passar pela CCJ, a perda de mandato precisa ser aprovada por maioria simples no plenário, ou seja, ao menos 257 votos favoráveis.
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