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08/08/2024 às 20:02 • Atualizada em 09/08/2024 às 17:13 - há XX semanas | Autor: Felipe Sena

SAÚDE MENTAL

Como funciona o cérebro de um jovem com ansiedade

Ansiedade está relacionada a funções cerebrais que dão sensação de medo e desregulam as emoções

No Brasil, ansiedade afeta mais os jovens
No Brasil, ansiedade afeta mais os jovens -

Corpo trêmulo, mãos transpirando, palpitações no coração e um medo que parece não passar rápido. Isso acontece quando um jovem está em crise de ansiedade.

Ter que apresentar um trabalho e sair correndo da sala de aula, ficar deprimido porque terminou um relacionamento são acontecimentos naturais da vida de um jovem. No entanto, numa fase em que mudanças hormonais e um carrossel de sentimentos fazem parte da jornada, esses acontecimentos podem trazer insegurança e crises de ansiedade.

Fundamental para a sobrevivência humana, a ansiedade se manifesta através da atuação de neurônios do cérebro, de acordo com a psiquiatra formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) Patrícia Lemos, no entanto, é necessário cuidado para diferenciar a ansiedade que faz parte da ação humana.

Vivendo com ansiedade

De acordo com a psiquiatra existem três regiões fundamentais do cérebro que atuam quando o jovem vai entrar em um estado de crise de ansiedade: a amígdala cerebral, o córtex pré-frontal e o hipocampus.

A amígdala cerebral é responsável pela percepção e resposta ao medo. Ou seja, a hiperatividade dessa região pode levar a uma maior sensibilidade a estímulos ameaçadores, tendo uma resposta exagerada ao medo. Como por exemplo, quando há um término de um relacionamento, frustração, entre outros fatores, que uma pessoa que tem menor hipersensibilidade a essas situações não teria a mesma reação de que um jovem ansioso que lida com a ansiedade constantemente.

Existem três regiões principais que atuam de forma diferente no cerébro de uma pessoa jovem com ansiedade.

Imagem ilustrativa da imagem Como funciona o cérebro de um jovem com ansiedade
| Foto: Arte Portal A TARDE

Já o córtex pré-frontal é a área da tomada de decisões e regulação emocional das pessoas. Os jovens ansiosos têm dificuldade de regular e controlar as respostas emocionais que são geradas na amígdala cerebral. No caso, o jovem recebe o estímulo do medo pela amígdala, mas o córtex pré-frontal não funciona da forma que deveria para regular esse medo, deixando a pessoa hipersensível.

O hipocampus está relacionado a formação de memórias e a regulação do estresse. Quando o jovem está ansioso, há uma redução de volume ou uma alteração na conexão neuronal. A capacidade de processar a memória de maneira saudável é afetada, deixando a preocupação e ansiedade mais evidentes. A psiquiatra ainda explica que junto a atuação dessas três regiões, os neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e gaba também podem estar desregulados.

Um passo de cada vez

A estudante de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, Elvira Rosa, de 19 anos, começou a sentir que tinha algo de diferente ainda na adolescência, quando depois de observação também de sua mãe, foi levada a uma unidade de saúde. Após consulta médica, foi indicado que procurasse ajuda profissional de um especialista em saúde mental.

Vieram sintomas como falta de ar e tremores. Eu não conseguia fazer nada

Elvira Rosa, estudante

Foi quando recebeu o diagnóstico de ansiedade. “Quando se é adolescente a gente está naquela fase de pensar em muita coisa ao mesmo tempo. O corpo está mudando também e envolve tudo isso”, diz.

Entre muitas crises de ansiedade, a que mais marcou a estudante foi quando aconteceu o término do primeiro relacionamento. “A gente teve uma discussão muito séria, eu pensei, eu fiquei muito desesperada. Vieram sintomas como falta de ar e tremores. Eu não conseguia fazer nada”, explica.

Elvira descreve a ansiedade com a sensação de “várias ao mesmo tempo e eu não consigo lidar com isso”. Em seguida, segundo ela, vem o sentimento de tudo acontecer novamente.

A pandemia e também o término de dois relacionamentos foram fatores que deixaram o educador social Israel Gois, de 23 anos, ansioso. Em 2020, todos estavam trancados dentro de casa por causa de um vírus que ninguém sabia do que se tratava ao certo, e ficar sozinho foi um dos piores momentos para Israel.

Questões relacionadas à sexualidade e os términos também foram causas que pioraram a situação em que se encontrava.

Não só no primeiro, mas depois que tive o relacionamento, fiquei muito mal. Depois conheci outra pessoa e passei de novo por um processo de não me conhecer, de não saber quem eu era, não no sentido de sexualidade, mas de quem eu sou mesmo

Israel Gois, educador social

Após buscas, hoje Isarel tem acompanhamento profissional através da Terapia de Compromisso e Aceitação (ACT). Esse método tem como propostas principais aceitação da realidade e das reações emocionais e comportamentais, escolha de uma direção de acordo com os valores do indivíduo e comprometimento com a mudança desejada.

Eu consegui através da terapia licar com a ansiedade para que não seja tão doloroso o processo

Israel Gois, educador social

“Hoje eu consigo assistir um filme que não me faça ficar pensando em algo que seja relacionado a ansiedade, escutar uma música, ler um livro. Eu consegui através da terapia lincar com a ansiedade para que não seja tão doloroso o processo”, afirma.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2023, um terço (31,6%) da população mais jovem do Brasil, de 18 a 24 anos, é ansiosa. As prevalências são maiores no Centro-Oeste (32,2%) e entre as mulheres (34,2%).

Procure ajuda

Segundo a psiquiatra Patrícia Lemos para lidar com a ansiedade é importante a regulação emocional através de um processo de psicoterapia para “mapear quais são os fatores e os gatilhos”. Além de trabalhar as questões traumáticas, desenvolver autocompaixão, meditação e medicamentos, quando necessário. Vale salientar que os medicamentos só podem ser prescritos por psiquiatras formados e com cadastro no Conselho Regional de Medicina (CRM).

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