SAÚDE
Sangue menstrual: nova tendência de skincare? Entenda os riscos
Moon Masking: o uso polêmico do sangue menstrual que divide dermatologistas

Por Isabela Cardoso

O universo do skin care ganhou um novo e controverso ingrediente: o sangue menstrual. Conhecida como "máscara menstrual facial" (period face mask ou moon masking), a prática de aplicar o próprio sangue no rosto (e corpo) viralizou nas redes sociais, ultrapassando 6.4 bilhões de views na hashtag #periodfacemask no TikTok até 2022.
A tendência é impulsionada por influenciadores e marcas que prometem desde o combate à acne e o rejuvenescimento da pele até uma profunda reconexão com a essência feminina.
Estética, simbolismo e as células-tronco da menstruação
Para as mulheres adeptas, o menstrual masking vai além da beleza. É um ritual de autocuidado e empoderamento, um gesto simbólico de autoaceitação e reconciliação com a menstruação, desafiando tabus de impureza. A prática é vista como uma forma de honrar a "cura do útero" e o ciclo natural do corpo.
As alegações de benefícios à pele têm, surpreendentemente, um certo apoio científico. Um estudo de 2016, publicado no World Journal of Plastic Surgery, destacou que o sangue menstrual contém:
- Células-tronco: Com potencial para regenerar o tecido epitelial e corrigir lesões dermatológicas.
- Nutrientes ricos: Como zinco, magnésio e cobre, frequentemente encontrados em fórmulas de alta performance de skin care.
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O alerta dos dermatologistas: riscos de infecção
Apesar do apelo estético e dos nutrientes presentes, dermatologistas na web têm emitido alertas severos sobre os riscos da prática caseira.
O principal perigo reside na coleta não esterilizada. O sangue menstrual, quando coletado em casa sem métodos assépticos, pode trazer para o rosto:
- Secreções vaginais.
- Tecido endometrial.
- Microrganismos, bactérias ou fungos que podem gerar infecções e lesões na pele.

A falta de controle sobre a pureza do material coloca a saúde dermatológica em risco, contrastando diretamente com os propósitos de "autocuidado".
A técnica similar milionária: o “Vampire Facial” das Kardashian
Embora a máscara menstrual seja um ritual caseiro, ela tem paralelos com uma técnica clínica de alto padrão: o PRP Facial ou "Vampire Facial".
Este procedimento ganhou fama mundial após ser apresentado no reality show da família Kardashian, protagonizado por Kim e Kourtney Kardashian em Kim and Kourtney Take Miami.
O PRP Facial é um tratamento estético que utiliza o Plasma Rico em Plaquetas extraído do próprio sangue do paciente. Realizado em ambiente clínico e esterilizado, o tratamento é injetado na pele para:
- Estimular a produção de colágeno.
- Melhorar a flacidez, rugas, manchas e a elasticidade do tecido.
A diferença crucial entre o Vampire Facial e o Moon Masking reside no processamento laboratorial e na esterilização, que garantem a segurança e a eficácia do tratamento clínico, algo ausente no ritual caseiro.
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