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Defensoria prestará assistência jurídica aos familiares de Kezia Stefany

Publicado segunda-feira, 25 de outubro de 2021 às 13:31 h | Atualizado em 25/10/2021, 13:37 | Autor: Da Redação
Kezia foi assassinado pelo namorado, o advogado criminalista José Luiz Meira | Foto: Reprodução | Instagram
Kezia foi assassinado pelo namorado, o advogado criminalista José Luiz Meira | Foto: Reprodução | Instagram -

A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) irá prestar assistência jurídica aos familiares da jovem Kezia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, morta por um tiro disparado pelo seu namorado, o advogado criminalista José Luiz de Britto Meira Júnior, 50 anos.

“Vamos participar de todos os atos do processo, para que os depoimentos sejam colhidos de forma a que se respeite a dignidade da vítima”, afirmou Coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da DPE-BA, Lívia Almeida.

Para a subdefensora pública geral, Firmiane Venâncio, também compete a Defensoria evitar julgamentos e manifestações preconceituosas contra a vítima durante o processo.

“Atuamos para evitar que haja esse tipo de pré-julgamento, que reforça determinados estereótipos desse padrão patriarcal de que as mulheres são culpadas pelos crimes de feminicídios que elas mesmas sofreram. É um tipo de crime que poderia ser evitado se nós não tivéssemos uma sociedade que fosse tão machista e patriarcal, e que ainda insiste em manter esse modelo vigorante”, diz Firmiane Venâncio.

O caso

De acordo com a Polícia Civil, Kezia Stefany da Silva Ribeiro, 21 anos, foi assassinada pelo seu namorado, o advogado criminalista José Luiz Meira, com quem se relacionava há dois anos. O suspeito foi preso em flagrante. O crime ocorreu na madrugada do dia 17 de outubro, em um apartamento de luxo no Rio Vermelho, em Salvador.

Informações da Polícia Militar apontam que, ao chegar ao local dos disparos, os agentes da 12ª Companhia Independente (Rio Vermelho) foram informados de que o advogado teria levado Kezia para o Hospital Geral do Estado (HGE). Na unidade de saúde, foi constatado o óbito da jovem.

O advogado foi encontrado em um apartamento, no Edifício Residenziale Da Vinci, no bairro da Pituba. O suspeito foi preso por uma guarnição da Polícia Militar e autuado em flagrante pelo crime de feminicídio no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Kezia foi sepultada na manhã do dia 18 de outubro, em Feira de Santana, cidade em que ela morava. Amigos e familiares estiveram presentes na cerimônia.

José Luiz foi transferido do Serviço de Polícia Interestadual (Polinter) para o Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Lauro de Freitas, na quinta-feira, 21. A defesa do advogado tentou mantê-lo em regime domiciliar, baseando-se na sentença da justiça, que determinou transferência para Sala de Estado Maior e, na impossibilidade, o cumprimento em casa.

A Polícia Civil, no entanto, recorreu e pontuou que o advogado poderia ser custodiado em uma sala no Batalhão. Por volta das 10h da manhã desta quinta-feira, a justiça acatou a proposta.

O que diz a defesa

A defesa do advogado criminalista alega que não houve intenção em cometer o feminicídio. "Assim que aconteceu o acidente do disparo, ele levou ela para o hospital, prestou socorro e foi justamente tomar banho, que ele estava coberto de sangue, lesionado também e foi buscar os seus documentos. Ele iria se apresentar a autoridade policial", disse o advogado de defesa Domingos Arjones.

"Ele está sendo acusado de ser o autor do disparo, porque houve um conflito dentro da casa dele e estava só ele e a namorada dele e infelizmente aconteceu essa lamentável fato. As brigas eram constantes entre o casal e essa briga terminou em tragédia", acrescentou o defensor.

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