CASO JOEL
Defesa de PM nega omissão de socorro: "Não havia nada a ser feito"
Nesta terça-feira, o julgamento do caso está sendo retomado no Fórum Ruy Barbosa
Por Alex Torres e Leo Moreira
O advogado Vivaldo Amaral, responsável pela defesa do agente do policial militar Alexinaldo de Santana Souza, de 49 anos, negou que tenha ocorrido omissão de socorro, por parte do seu cliente, na operação que culminou com a morte do menino Joel da Conceição Castro, de apenas 10 anos, ocorrida em novembro de 2010.
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Nesta terça-feira, 7, o julgamento do caso está sendo retomado no Fórum Ruy Barbosa. A expectativa é que no segundo dia ocorra a realização dos debates, ou seja, sustentação da acusação e da defesa (réplica e tréplica, se houver) e em seguida a decisão dos jurados.
Em entrevista na porta do fórum, Vivaldo afirmou que Alexinaldo não estava presente no momento em que Joel foi baleado. Além disso, quando ele chegou ao respectivo local, a família do menino já havia prestado o socorro.
"O disparo e a morte foi feito pelo outro profissional, que confessou ontem, mas que foi de maneira acidental. Quando meu cliente chegou, a família já havia prestado socorro e não havia mais nada a ser feito. Mesmo assim, na condição de comandante da operação e se solidarizando com a família, ele foi até o hospital que a criança havia sido levada para poder ajudar de qualquer forma dentro das suas competências", disse o advogado.
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Na segunda-feira, primeiro dia do julgamento, o outro agente que estava na operação, Eraldo Menezes de Souza, de 46 anos, afirmou ter sido o autor do disparou, mas explicou que a situação aconteceu "pisar em algo e escorregar".
"Quando eles chegaram em três viaturas, o meu cliente fez a incursão, desceu para encontrar os marginais. O fato aconteceu sem que ele tivesse participação direta ou indireta. Inclusive, ontem o policial que confessou que havia feito o disparo acidental, que está sendo defendido por outro profissional, afirmou: 'quem disparou fui eu, disparei em uma situação acidental'. Ele tropeçou e disparou. O meu cliente estava em outra posição", completou Vivaldo.
Por fim, o advogado ainda relatou que teve uma conversa com o pai do menino Joel e afirmou para ele que toda a defesa de Alexinaldo durante o julgamento será pautado na verdade dos fatos.
"Eu quero dizer que a defesa se associa a dor da família pelo acontecido. Ontem eu tive a oportunidade de inquerir o senhor Joel, o pai, Mestre Brinha, e disse a ele: 'Mestre, eu estou aqui na condição de advogado do tenente Alexinaldo para que uma injustiça não seja cometida'. Expliquei que o nosso trabalho iria se restringir única e exclusivamente à verdade", finalizou.
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