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CASO JOEL

Promotor rebate afirmação de 'tiro acidental': "Almas sujas de sangue"

Ariomar ainda salienta a 'lei do silêncio' na comunidade e questiona a mesma lei nos policiais

Por Alex Torres e Leo Moreira

07/05/2024 - 13:52 h | Atualizada em 07/05/2024 - 14:16
Promotor ainda destacou o modus operandi dos policiais
Promotor ainda destacou o modus operandi dos policiais -

O promotor de Justiça, Ariomar José Figueiredo da Silva, julgou como 'show de horrores' os depoimentos apresentados no primeiro dia pelos réus Eraldo Menezes e Alexinaldo Souza, acusados de participar da ocorrência que resultou na morte do menino Joel da Conceição Castro, de apenas 10 anos.

O caso em questão aconteceu em novembro de 2010. Na ocasião, uma operação da polícia, no bairro de Nordeste de Amaralina, em Salvador, culminou na tragédia. No dia anterior, Eraldo assumiu ter sido o responsável pelo disparo, mas afirmou que o tiro ocorreu de forma acidental, após ele escorregar.

>> Irmã de Joel relembra assassinato após 13 anos: "Buscamos justiça"

>> Caso Joel: "Se afaste, se não vou atirar", diz primeira testemunha

Durante o segundo dia de julgamento, o promotor questinou a alegação do tiro ter sido 'sem querer'. "As almas de vocês estão enxercadas de Sangue do menino Joel, de um menino inocente", disse.

Ariomar ainda salienta a citada 'lei do silêncio' na comunidade e questiona a mesma lei nos policiais que estavam no dia da ação policial.

>> Pai de Joel diz que PMs tentaram ouvir depoimento: “Seguiram a gente"

"Nove policiais foram denúncias inicialmente, mas só dois - Alexinaldo, quem deu a ordem indevida, e Eraldo, quem deu o tiro - estão sendo julgados", segundo ele, porque foi comprovado durante o curso do processo a participação de ambos. "Essa criança não estava na rua. Essa crianca estava dentro de casa", salientou.

"Não prenderam ninguém. Acharam uma arma. A gente chama de 'vela'. Arranjaram uma arma de fogo, colocaram lá. Mas essa vela não valeu de nada, porque a criança não estava na rua, se estivesse na rua, iriam dizer que estava com ela [ a arma]", completou o promotor

Por fim, o promotor ainda destacou o modus operandi dos policiais. "Nós temos um câncer que tem que ser cortado da carne. Nós não ingressamos na instituição para sermops reis, imperadores ou monarcas. Temos a lei e foi o que esses dois homens esqueceram. Eles deveriam ser servidores públicos".

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Tags:

direitos humanos HOMICÍDIO julgamento justiça segurança pública Violência Policial

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