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Desabastecimento nacional de insumo hospitalar não afeta a Bahia

Ministério da Saúde não consegue importar o contraste, insumo usado para exames e procedimentos cirúrgicos

Publicado quarta-feira, 17 de agosto de 2022 às 11:59 h | Autor: Daniel Genonadio
O Brasil vive um apagão de remédios e insumos médicos nos últimos meses
O Brasil vive um apagão de remédios e insumos médicos nos últimos meses -

A escassez de contraste, insumo utilizado para realização de exames e procedimentos cirúrgicos, no Brasil, não deve impactar a Bahia no momento. Diversos estados tem cobrado soluções do Ministério da Saúde, responsável pelo abastecimento do produto de saúde. No entanto, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) conseguiu se antecipar a abastecer a rede estadual com uma compra realizada no mês passado. 

No início de julho, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica para os estados e municípios reconhecendo o risco de falta de contraste e recomendando o uso racional da substância. De acordo com o documento, a queda na produção se deu por conta das medidas restritivas adotadas na China, motivadas pela nova onda de Covid-19 no país. O país asiático é o principal fornecedor de contrastes para a indústria brasileira.

O Brasil vive um apagão de remédios e insumos médicos nos últimos meses devido a dificuldades de importação. Apesar do alerta de diversas entidades, o Ministério da Saúde ainda não encontrou soluções para o desabastecimento generalizado no país.

Na semana passada, a Sesab adquiriu uma remessa do produto, assegurando assim o abastecimento de toda a rede estadual. O contrato de aquisição do contraste foi firmado no dia 10 de agosto por meio de pregão eletrônico. A compra foi finalizada em R$ 97 mil retirados do Fundo Estadual da Saúde. 

A Bahia adquiriu dois tipos do insumo. "Realizamos um processo de compra centralizada onde adquirimos tanto o contraste iodado não iônico como o contraste paramagnético. Esse medicamento já começou a chegar desde a última semana", informou a Sesab ao Portal A TARDE

Em Salvador, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o Hospital Municipal de Salvador, gerido pela prefeitura, segue com os atendimentos normalmente, sem necessidade de economizar o insumo. A SMS ainda informou que a situação também está regularizada nas clínicas contratualizadas para exames de imagem.

Apesar disso, existe a preocupação de que a situação normal vivida atualmente não seja mantida com a manutenção da escassez nacional, ou seja, sem o abastecimento adequado pelo Ministério da Saúde. 

Em outros locais do país, a falta do insumo causou o cancelamento de exames e cirurgias. A escassez de contraste iodado prejudica pacientes que precisam realizar tomografias, cateterismo cardíaco e outros procedimentos. Na Santa Casa de Santos, de acordo com o Estadão, apenas as emergências, com enfarte e AVC, foram atendidas. 

De acordo com o Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), em parceria com a consultoria GO Associados, o índice de preços da cesta de medicamentos hospitalares analisada apresentou aumento de 97,49% no período de fevereiro de 2020 a junho de 2021. No caso dos materiais médico-hospitalares, o índice de preços registrou alta de 161,14% entre fevereiro de 2020 e abril de 2021.

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