PERTENCIMENTO
Encourados de Pedrão podem ter estátua representativa no 2 de Julho
Pedido foi realizado através de Projeto de Indicação do vereador João Cláudio Bacelar (Podemos)
Por Rodrigo Tardio

O vereador de Salvador, João Cláudio Bacelar (Podemos), solicitou ao Legislativo Municipal, por intermédio de um Projeto de Indicação, que seja implantada no circuito do cortejo do 2 de Julho, sobretudo na antiga Estrada das Boiadas (Lapinha), uma escultura representativa dos “Encourados de Pedrão”.
A escultura traria a representação do encourado, sentado no cavalo, com respectiva placa explicativa, acompanhada ainda de um QR Code, para que seja acessada a ficha e áudio descrição, acerca da sua rica história, vinculada às lutas da Independência do Brasil na Bahia, bem como o registro de autoria artística do monumento e os respectivos detalhes técnicos.
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O documento considera que os “Encourados de Pedrão”, grupo de cavaleiros encouraçados, atuou corajosamente nas batalhas da Independência do Brasil na Bahia, destacando-se e sendo registrados na História, sendo ainda reconhecidos como: “Companhia de Cavalaria de Couraças”, “Voluntários de Pedrão”, “Guerrilha Imperial dos Voluntários de Pedrão”;
O documento aponta ainda que há registros históricos que enaltecem a importância dos Vaqueiros de Pedrão nas lutas da Independência do Brasil na Bahia, registros que contam que, ao final do ano de 1822, em torno de trinta e nove vaqueiros, habituados em conduzir os cavalos em mata fechada, meio de condições extremas impostas pela seca da caatinga, partiram voluntariamente, da cidade de Pedrão, à época distrito de Irará, nordeste baiano, comandados pelo Frei Maria do Sacramento Brayner, aliando-se a outros combatentes, conformando “batalhões patrióticos”, com objetivo de retomada da cidade do Salvador, cercando a capital, impedindo a entrada de armas e alimentos que poderiam suprir tropas portuguesas por terra, enquanto outros atuavam na Baía de Todos os Santos (BTS).
História
Os “Encourados de Pedrão”, junto com outros personagens da Guerra pela Independência do Brasil na Bahia, tiveram um papel decisivo na data do 2 de Julho de 1823, percorrendo a Antiga Estrada das Boiadas, afirmando o evento que desde então é celebrado na Cidade do Salvador conhecido por “Cortejo do 2 de Julho”, percorrendo, com as imagens do caboclo e da cabocla, pela Lapinha, Soledade, Rua Direita do Santo Antônio Além do Carmo, até chegar ao Terreiro de Jesus, em celebração da Vitória que se tornou uma festa de expressão popular e democrática;
O grupo que representava os vaqueiros - ofício reconhecido como Patrimônio Imaterial Baiano pelo IPAC, órgão de Preservação do Estado da Bahia, conhecidos por “Encourados do Pedrão” lutou pela Independência do Brasil na Bahia, participou do Cortejo do 2 de Julho, desde o ano de 1948, não pôde mais estar presente nesse evento a partir do ano de 2010, quando se passou a ser questionada a presença de cavalos e jegues no cortejo, seguida da proibição da participação de carroças conduzidas ou puxadas por animal, sendo recomendado pelo Ministério Público que os Vaqueiros de Pedrão, participassem do evento sem seus cavalos, chegando ao ponto de impossibilitar apoio às suas despesas de viagem e deslocamento dos animais;
De acordo com o Projeto, os Encourados de Pedrão "merecem a homenagem e, sugere inclusive, que na inauguração do monumento devem ser convidados os vaqueiros que já participaram do Cortejo do 2 de Julho, fazendo também a entrega de uma réplica do monumento ao representante;
"A cidade de Salvador ainda não possui nenhum monumento de Cavalaria, sendo justo que a primeira seja em memória dos Vaqueiros que lutaram espontaneamente pela Independência do Brasil na Bahia", diz o documento.
Rejeição
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Salvador, entende que não pode ser feita quaisquer indicação que gere obras por intermédio de projetos de indicação.
"Entramos com oficio na FGM e fizemos requerimentos administrativos para que fosse construída a escultura representativa dos Encourados de Pedrão", disse o parlamentar.
Outros projetos
Outro indicação foi em relação a Mulher de Roxo, figura histórica do centro urbano de Salvador, bem como a instalação de placas de QR Codes ao longo do trajeto do 2 de Julho, local, no qual a cabocla e o cabloco param durante o circuito.
"Temos esses três projetos que estão relacionados ao nosso centro da cidade, os quais resgatam a história. Vamos dialogar com Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos, para que se analisem as indicações, bem como a possibilidade de colocá-las em prática, finalizou João Cláudio Bacelar.
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