>
Colunistas
>
Levi Vasconcelos
Será Jerônimo o Zé Ronaldo do PT ou Wagner fará novo milagre?
A pergunta aí do título é de Maurílio Fontes, jornalista amigo. Recapitulando: em 2018 ACM Neto apoiou Zé Ronaldo, ex-prefeito de Feira de Santana, e nas urnas foi um vexame. Agora, tudo indica que o PT vai carimbar o nome do secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, um ilustre desconhecido.
Dizem os petistas que em 2014 Rui Costa também era o menos conhecido de uma lista que também tinha Walter Pinheiro, então senador, e José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras. Foi o ungido do partido e das urnas. Eles apostam num repeteco do sucesso.
A questão é que Rui Costa era desconhecido, mas tinha sido vereador em Salvador, deputado federal e também secretário de Relações Institucionais, o que dá contato direto com o mundo político. E Jerônimo foi um professor universitário.
Lula cá — Óbvio que os petistas contam com Lula lá para ajudar no jogo cá e por isso já se decidiu: até o fim de semana o martelo será batido, mas o anúncio, antes previsto para o dia 13, este domingo, data escolhida porque 13 é o numero do PT, foi adiado para um pouco mais adiante. Ou seja, para Lula vir abençoar o projeto.
Quarta que vem, ou dia 16, por acaso o dia em que Bolsonaro estará em Salvador e vai visitar as Obras Sociais de Irmã Dulce, também por acaso é o dia do aniversário de Jaques Wagner.
Se Bolsonaro corre atrás de milagre não se sabe, mas Jaques Wagner quer.
PP de Leão se reúne segunda para decidir que rumo toma
O PP de João Leão vai reunir segunda os seus quatro deputados federais (Cláudio Cajado, Cacá Leão, Ronaldo Carletto e Mário Negromonte Jr.) e os oito estaduais para decidir o que fará nas eleições deste ano.
O partido, conforme nota divulgada segunda, pode lançar Leão candidato ao governo ou apoiar ACM Neto.
Rui Costa diz que ao longo do governo estabeleceu uma relação fraterna com o vice, segundo o próprio, ‘muito mais que uma relação política, de amizade’.
— Nenhum outro vice teve tanto protagonismo no ato de governar como ele.
Como ficou difícil a retomada da aliança, por ‘quebra de encanto’, como falam alguns, dizem que Rui contraria esforços em prol da candidatura própria, o que seria menos mal, ou menos pior para a estratégia governista.
A pendenga está em aberto, mas fecha a semana com tendência de apoio a ACM Neto.
Marcell ataca veterinários
Cassado em outubro de 2020 pelo TSE, numa denúncia do Conselho de Medicina Veterinária que misturava abuso de poder econômico com a realização indevida de castração de animais, Marcell Moraes não perde chance de ir à forra. Ao comemorar a vacinação gratuita de cães pela Prefeitura de Salvador, disparou:
“70% dos veterinários gostam mais de dinheiro do que de bichos. Antes a vacina custava R$ 1 mil. Agora é de graça para ricos e pobres”.
Sem a federação, Lídice tenta botar gás no PSB
A deputada federal Lídice da Mata está aniversariando hoje, ou completando 66 anos. Vai passar o dia ao lado do prefeito Leandro Dantas, em Crisópolis, no nordeste baiano, que também está aniversariando hoje, festejando 60 anos de emancipação. Em suma, ela vai se alegrar na data mas com um olho na festa e outro na política. Admite: depois que o PSB, partido por ela presidido na Bahia, decidiu ficar fora da federação liderada pelo PT incluindo PCdoB e PV, está arregaçando as mangas.
— Agora é construir. Não adianta chorar o leite derramado, política se faz com o possível.
O desafio dela é construir um mix de candidatos a deputado federal que reeleja ela e eleja mais um. Ela diz que vai dar.
POLÍTICA COM VATAPÁ
ACM e Josaphat
1998. ACM estava num dilema. Josaphat Marinho, senador que com ele se elegeu em 1990, encantou o Brasil pela sabedoria científica e coerência ética que impôs no mandato, mas '’aceitou os votos e não aceitou a liderança, fazia o que queria’, por isso deveria ser rifado da chapa majoritária para ceder lugar a Paulo Souto, que por sua vez renunciou ao mandato (desistindo de disputar a reeleição) a fim de abrir caminho para Luís Eduardo.
A questão era como fazer isso, tirar Josaphat sem criar melindres. A estratégia: fazer uma série de mimos ao senador para deixá-lo com o ego nas alturas até a hora da má notícia.
A maior das homenagens seria em Ubaíra, terra de Josaphat, onde ele era e é sempre reverenciado como um amado filho ilustre. No seu discurso, Paulo Souto botou Josaphat para além da estratosfera, quase nas estrelas. Acabou, ACM cochichou-lhe ao ouvido:
— Você me emocionou. Elogiou tanto o cara, falou tão bem, com tanta força de persuassão, que eu estou quase tirando você para deixar ele.
