Verborragia de Bolsonaro inquieta os aliados. E vai dar a terceira via? | A TARDE
Atarde > Colunistas > Levi Vasconcelos

Verborragia de Bolsonaro inquieta os aliados. E vai dar a terceira via?

Publicado terça-feira, 26 de outubro de 2021 às 06:03 h | Autor: [email protected]
Presidente voltou a disseminar informação falsa sobre a pandemia | Foto: Reprodução
Presidente voltou a disseminar informação falsa sobre a pandemia | Foto: Reprodução -

Nas conversas vazadas do banqueiro André Esteves, o dono do BTG Pactual, ele detona Lula e Dilma, elogia Temer e faz o prognóstico para Bolsonaro em 2022: ‘Tem chance em 2022 se calar a boca’.

Mal a conversa saiu na rua, Bolsonaro abriu a boca com mais uma: usou o Face, numa live, para dizer que a vacina contra a Covid causa Aids, uma fake que ele repicou e acabou censurado.

São coisas desse tipo que inquietam os aliados dele. O presidente da República, que tem todo aparato institucional por força do cargo para obter informações referenciadas sobre o que bem quiser e entender, fazendo coisas desse tipo justo num momento em que a vacina dá evidentes sinais de que triunfa sobre o corona.

Razões — O pessoal do agronegócio é quase todo ele bolsonarista, e por razões compreensíveis. Tem uma dívida com bancos impagável, algo em torno de R$ 6 bilhões, incluso os falidos do cacau, e os governos do PT nunca deram bola para eles.

Noutra banda, sempre são alvos de invasões em propriedades muitas vezes produtivas, patrocinadas por movimentos como os sem terra, que têm guarida da esquerda. Mas em conversas reservadas alguns dizem que torcem para Bolsonaro se corrigir ou então ver emergir uma terceira via competitiva.

Vai dar? A terceira via, adiante falaremos dela, tem 11 candidatos e nenhum passa de 10%. A aposta é unir.

Chuva que vem muito bem

A chuvarada que atinge o interior baiano está causando transtornos em algumas cidades, mas mesmo nelas, o pessoal do campo simplesmente adorou. Carlos Leão, de Wenceslau Guimarães, fazendeiro de cacau, banana e afins (lá não houve enchente) diz que foi um presente:

— Foi um presente dos céus. Nossas plantas já estavam morrendo de sede.

No oeste baiano, a chuva embalou o plantio da soja.

Dezembro, a hora de Wagner

No encontro do PT sábado, transmitido pelas redes, Jaques Wagner passou uma situação tranquilizadora para os petistas. Disse ter certeza absoluta que a coligação que hoje governa a Bahia, tendo como principais aliados Otto Alencar do PSD e João Leão do PP, vai permanecer unida.

E afirmou que dezembro é o prazo para sentar com os aliados e definir os rumos para 2022, inclusive ajustando os nomes.

Santo Estevão entre amigos

A festa de Adolfo Menezes ontem foi em Santo Estevão, onde foi autorizar obras. Lá, Jaques Wagner, no seu discurso, brincou com Adolfo:

— Ele está tomando gosto. Essa cadeira é tentadora.

E Adolfo:

— Por mim Rui Costa demorava mais por lá. Mas como ele é correria, vai voltar logo.

Lá, o prefeito Rogério Costa é do PT e o vice Orlando Santiago, que também é ex-prefeito, do PSD.

Adolfo, um momento de emoção na interinidade

Adolfo Menezes (PSD), presidente da Assembleia, se esbaldou na gargalhada quando disseram que a interinidade dele no comando do governo era tipo ‘caneta sem tinta’. Mas no quarto mandato de deputado estadual, ele já colheu do momento que vive episódios únicos, especialmente em Campo Formoso, sua terra. Lá, estava ao lado da mãe, Josefa Monteiro Menezes, a D. Detinha, 89 anos. Ela chorou o tempo inteiro durante o discurso do filho governador, principalmente quando ele se referiu ao pai, Pedro Gonzaga, momento que emocionou os presentes.

D. Detetinha já teve outro filho deputado, Herculano Menezes, também médico, irmão de Adolfo, que pertinho do natal de 1998 foi baleado numa briga em Campo Formoso e não resistiu.

REGISTROS

Em foco

A premiação dos melhores do ano do site Congresso em Foco, especializado na cobertura da Câmara e do Senado, revelou detalhes curiosos. Entre os 20 melhores da Câmara, nenhum dos 39 baianos. Já no Senado, dos dez primeiros, Wagner ficou em 7º e Otto Alencar em 10º.

Pós na Fameb

Apesar do momento não muito bom, o pessoal da Faculdade de Medicina da UFBa toca o barco. Abriu turma de mestrado em Saúde, ambiente e trabalho. Inscrições (https://sa.ufba.br) vão até quinta.

Osório Vilas Boas

Afrânio Salles, leitor amigo, nos faz um reparo sobre a nota de Osório Vilas Boas, contada no Política com Vatapá de domingo. Ele com a palavra:

‘Realmente Osório marcou época no futebol baiano e brasileiro com a conquista da Taça Brasil de 1959, mas não esteve por décadas à frente do Bahia. Foi presidente de 1958 a 1960 e de 1961 a 1969, resultando em 10 anos, o que corresponde a apenas uma década. Como todo político, era bastante influente nos bastidores, daí ser considerado um eterno dirigente do tricolor, tendo como seu principal parceiro Benedito Borges e Manu para levar cocadas para os árbitros de futebol, quando o Bahia ia jogar fora’.

Publicações relacionadas