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Comportamentalista é solução para conter cães antissociais

Publicado domingo, 12 de setembro de 2021 às 06:00 h | Autor: Hilcélia Falcão
Mariana e Reutter aprenderam a lidar com Sabrina | Foto: Rafael Martins | Ag. A TARDE
Mariana e Reutter aprenderam a lidar com Sabrina | Foto: Rafael Martins | Ag. A TARDE -

Seu doguinho é ansioso, late o tempo todo no passeio, não atende aos comandos e pula tanto que mais parece um canguru?  Se a resposta é sim, você tem um problema. O mesmo que tiveram o advogado Reutter Grasso, 35 anos, e a enfermeira Mariana de Freitas Arapiraca, 33 anos, tutores da pequena Sabrina, uma lulu da Pomerânia de 1 ano. Mas fiquem tranquilos, a história deles mostra que não precisa desespero, cães antissociais têm solução.

Sabrina, por exemplo, parecia indomável. Contudo, pelas mãos do médico veterinário comportamentalista Zenildo Prazeres dos Santos, 56 anos, mudou da água para o vinho. “Ela puxava pela coleira a ponto de ficar em pé e latia para tudo, bicicleta, carro, gente, cachorro; achamos que não ia ter jeito”, explica Mariana, que acabou desistindo de passear com Sabrina por uma semana até recorrer a um acompanhamento profissional.

Hoje, os dias de vexame ficaram para trás. Nos passeios diários, Sabrina caminha plena, sem coleira, na orla de Salvador. “Eu me surpreendi muito, a gente aprendeu métodos para lidar com ela”, afirma Reutter Grasso. Eles buscaram o especialista, fizeram uma consulta em domicílio e seguem no terceiro pacote de oito sessões de adestramento. 

Socialização

Segundo o médico veterinário Zenildo Prazeres dos Santos, é preciso entender as causas do problema, se o cão age com reatividade por medo, agressividade ou falta de socialização. Também é importante descartar enfermidades que costumam interferir no comportamento. Uma vez feita essa anamnse inicial, o caminho é tratar o problema, que exige envolvimento dos tutores.

O serviço especializado custa, em média, R$ 300 por consulta mais pelo menos um pacote de 8 sessões de adestramento que custa R$ 1 mil. O segredo do sucesso do tratamento é o nível de comprometimento da família. “Se a família não participa, não pego o caso, todos têm que participar das aulas”, explica Prazeres.

Método

O médico veterinário comportamentalista Rafael Ramos, 35 anos, alerta que é preciso respeitar o limite do animal e buscar apoio profissional desde cedo. “90% dos cães que atendo são filhotes”, explica Ramos, que orienta os tutores a buscarem o serviço antes mesmo de qualquer problema. A forma como o tutor se relaciona com o bichinho também costuma agravar o nível de sociabilidade do cão.

É que o apego excessivo, sem dar limites, pode fazer com que o  cão sofra mais o estresse da separação e desenvolva comportamentos antissociais. Outra questão é que a melhor fase de socialização traz um paradoxo: coincide com o momento mais vulnerável do bichinho, quando ainda não completou o esquema vacinal.

ENTENDA O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA CONTER A REATIVIDADE DO CÃO

O que devo fazer para estimular a socialização do meu cão de estimação?

Existe um período específico, da 3ª até a 10ª semana de vida, em que o animal está mais suscetível ao aprendizado, mas que coincide com a janela de imunização, quando os veterinários orientam a evitar contato para impedir a contaminação. A dica então é, dentro do possível, apresentar, a certa distância, objetos, pessoas, sons e lugares neste período.

Em que momento devo recorrer a um comportamentalista?

O médico veterinário comportamentalista pode ser consultado assim que a pessoa adota o cão ou caso identifique algum problema na socialização do animal. O adestramento é essencial à convivência saudável com o animal.

Um cão considerado antissocial, que late o tempo todo e ataca os humanos tem correção?

Sim. Mediante o sistema de recompensas, com treinamento feito por adestrador e participação da família tutora, é possível controlar o comportamento do animal. O tutor deve entender atitudes humanas que reforçam o perfil antissocial.

CONHECER O TEMPERAMENTO DA RAÇA É FUNDAMENTAL

O primeiro passo antes de adquirir um animal de estimação é conhecer o temperamento da raça. Caso ela não seja definida, convém investigar o comportamento no momento da adoção. Se isto não é possível, o melhor mesmo é recorrer a um médico veterinário comportamentalista para fazer o trabalho básico de obediência e socialização.

Mas se você já tem um bichinho e se deparou com alterações comportamentais que geram incômodo e estresse, então procure um profissional. “Senta”, “deita”, “fica” e “junto” são os principais comandos que estabelecem a comunicação inicial. “Desta forma se cria um canal de comunicação; o emissor tem que mudar o comportamento do receptor”, explica o comportamentalista Zenildo Prazeres, que dá dicas no seu canal “Dr. Z Adestramento e comportamento”, no youtube.

A correção das atitudes do animal é feita por meio do sistema de recompensa, com o cão sendo premiado com petiscos toda vez que atende ao comando corretamente. “O método prevê uma dessensibilização sistemática, utilizando o fator positivo para tentar mudar o conceito de forma gradativa”, explica o comportamentalista Rafael Ramos (@caodeouro, no instagram). Outra recomendação é, assim que estiver com o filhote, apresentá-lo, mesmo à distância por conta do risco de contaminação, a pessoas, lugares e objetos para que ele se acostume com essa interação.

ADOTE UM CÃO

DOCE LAR 

ENDEREÇO: CIA-Aeroporto

FONE:  (71) 99928-2889/99955-9581

e-mail:  [email protected]

 Fundada em 2001 por Constança Costa, a Doce Lar tem como objetivo ser moradia digna e agradável para animais abandonados ou vítimas de maus-tratos em Salvador. Na página no Instagram (@docelar10), há animais para adoção

IAA - INSTITUTO AMIGOS DOS ANIMAIS

ENDEREÇO: www.procure1amigo.com.br, www.adotar.com.br e www.acheodono.com

FONE: Não divulgado

ANIMAIS AUMIGOS

ENDEREÇO: não divulgado 

FONE:  (71) (71)4104-0116

e-mail:  [email protected]

Maiores informações na página da instituição @abrigoanimaisaumigos

SÃO FRANCISCO DE ASSIS (ABPA-BA)

ENDEREÇO: por medida de segurança, o endereço do abrigo não

 é divulgado. Para maiores informações entrem em contato pelo direct do @abpabahia oup elo e-mail [email protected]

FONE: todas as informações da Associação Brasileira Protetora dos Animais – Seção Bahia (ABPA-BA) são fornecidas exclusivamente no site https://www.abpabahia.org.br/adotar/ e nas redes sociais.

e-mail:  [email protected]  (adoçãocanina); [email protected] (adoção felina) e [email protected] (outros)

Fundada em 1949, a Associação Brasileira Protetora dos Animais – Seção Bahia (ABPA-BA), que mantém o Abrigo São Francisco de Assis, foi fundada em 1949. A instituição é mantida por doações. Na pandemia, as adoções estão sendo feitas em duas etapas: primeira entrevista online e, após aprovação, entrevista presencial. As feiras de adoção acontecemaos domingo, das 9h às 13h, na Praça Ana Lúcia Magalhães (final de linha da Pituba).

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