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Papo Pet
Projeto oferece atendimento para prevenir câncer de mama
Equipe da Ufba presta serviço multidisciplinar
Nem todo tutor sabe, mas as fêmeas de felinos e caninos também podem desenvolver câncer de mama. Por isto, outubro também é mês de prevenção à doença nos animais. Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para assegurar melhor qualidade de vida, sobretudo às fêmeas acometidas pela doença, o Núcleo de Pesquisa em Oncologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (Ufba) promove, desde 2014, o Outubro Rosa Pet.
A próxima edição - a nona - acontece no dia 22, das 8 às 12h, e marca a retomada do atendimento presencial após dois anos de pandemia. Na ocasião, serão realizadas consultas e exames no Hospital de Medicina Veterinária da Ufba, em Ondina. O serviço inclui atendimento de médicos veterinários da área de dermatologia, oftalmologia, nutrição e medicina integrativa. Após triagem, as pacientes selecionadas serão submetidas a exames de raio-X, ultrassonografia, eletro e ecocardiograma. Só serão atendidas as fêmeas que tenham um tumor de mama.
“É um evento sociocultural educativo que tem por finalidade passar informações aos tutores, fazer o diagnóstico das cadelas e o tratamento”, explica a médica veterinária Laís Pereira Silva que trabalha no projeto. A iniciativa é coordenada pela professora Alessandra Estrela. No local, é feito todo o atendimentos clínico-oncológico.
Castração
A recomendação dos médicos para os tutores é unânime: a castração é fundamental. Além disto, deve-se realizar o toque amigo. “É muito importante o toque amigo. Apalpar a barriga e as mamas com cuidado é a forma de descobrir um possível tumor”, explica do médico veterinário Vitor de Moraes Pina de Carvalho, 27 anos, integrante do Projeto Mama.
Foi assim que a esteticista Juliana Fagundes, 26 anos, descobriu que a poodle dela, Belinha, 11 anos, tinha nódulos na mama. Ao levar ao veterinário, foi identificado o tumor e realizada a mastectomia. “Descobrimos que Belinha também estava com câncer de mama quase no mesmo período que tivemos o diagnóstico de Lara. Foi muito difícil pois tínhamos receio de perder as duas”, explica Juliana que atribui o problema ao fato de as duas terem sido castradas tardiamente. Enquanto no caso de Lara o câncer era mais agressivo, o de Belinha não, nem precisou de quimioterapia e ela segue acompanhada pelos médicos, com vida normal.
Já no caso da SRD Nina, 11 anos, a tutora Maria Anísia Rodrigues da Silva, 59 anos, enfrentou a mudança de comportamento após as sessões de quimioterapia. “Ela ficava triste, cabisbaixa, se isolava e as vezes acabava vomitando”, conta ela.
A história da salsichinha Sucky, 14 anos, foi um pouco mais dramática mas com um final feliz. Quando a assistente social Karla Issa, 64 anos, descobriu o tumor e iniciou o tratamento, precisou dedicar bastante tempo aos cuidados com ela. Depois de uma cirurgia extensa e seis sessões de quimioterapia, Sucky teve quase zero reações. “A assistência que teve e continua tendo do projeto Mama foi fundamental. Agradeço a oportunidade e quero registrar a nossa gratidão”, afirma Karla.
TOQUE AMIGO E CASTRAÇÃO SÃO MEDIDAS PREVENTIVAS EFICIENTES
Qual a melhor forma de identificar um câncer de mama no animal de estimação?
É muito importante a realização do toque amigo. Por meio do carinho, na barriguinha, ir palpando as mamas com cuidado e assim descobrir o mínimo tumor possível. Outra importante prevenção para câncer de mama é a castração que deve ser realizada após o primeiro cio em cadelas e por volta dos 6 meses em gatas.
Quais são as princicpais causas?
As causas de câncer de mama são multifatoriais. Dentre elas podemos citar o uso de anticoncepcionais injetáveis, que levam a neoplasias mamárias. Não castrar o animal também pode levar a câncer de mama e alterações genéticas.
De que forma é realizado o tratamento?
O tratamento é a cirurgia de mastectomia unilateral. Após essa cirurgia, deve ser enviada toda a cadeia mamária para o exame histopatologico (o que vulgarmente chama de biópsia), pra análise do tumor, e assim descobrir se é um tumor maligno ou benigno. Se for maligno, pode-se realizar a quimioterapia, pois existem alguns tumores malignos que não necessitam de químio.
Qual o valor médio do tratamento de um câncer de mama em animais de estimação?
O custo varia conforme a complexidade. É cobrado por sessão de quimioterapia, quando esta realizada intravenosa. São geralmente 6 sessões (a depender da avaliação do oncologista, podendo ser mais ou menos). Cada sessão gira em torno de R$ 500 a R$ 800, de acordo com o peso do animal.
