INFLAÇÃO
Vilão! Ovo sobe 12,05% em março na Região Metropolitana de Salvador
Além disso, o café e tomate também registraram altas, na inflação da RMS de março, que ficou em 0,41%
Por Carla Melo

Vilões da cesta básica do brasileiro, o ovo de galinha, o tomate e o café tiveram altas consideráveis nos últimos meses. No mês anterior, não foi o contrário. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira, 11, os três itens do grupo Alimentos e Bebidas registraram altas que chegaram a até 12%, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
A inflação da RMS em março ficou em 0,41%, sendo puxada pelos grupos de Alimentação e Bebidas (0,96%) e Transporte (0,57%). O dado corresponde a uma diferença de 0,15p.p. No acumulado em 12 meses, o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 5,63%.
Por que o ovo está caro?
Apesar de ter uma queda em março, o ovo, um dos principais itens da cesta básica, teve aumento de 12,05% na RMS. Em fevereiro, o item subiu quase 18% em apenas um mês, e foi 7,38p.p menor que a prévia de março, divulgada pelo IBGE.
Há um tempo, a alta de preços do ovo tem levantado alerta e sendo explicada como reflexo de um desequilíbrio entre a alta demanda e a baixa oferta no mercado interno. De acordo com especialistas, o ovo costuma encarecer em momentos de alta nos preços das carnes, quando os consumidores optam por uma proteína mais barata.
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Em 12 meses, o ovo de galinha aumentou 26,89%. O Portal A TARDE mostrou que o preço médio do ovo disparou no atacado neste ano, e chegou a até R$ 264,21 em fevereiro de 2025, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), que consultou produtores, atacadistas e varejistas do Brasil.
Tomate e café também subiram
Também impactado, inclusive pelas condições climáticas, como as altas temperaturas e ondas de calor, o tomate subiu 9,75% em março. O café também registrou uma elevação no preço em março, de 5,11%, apesar de uma queda em comparação a fevereiro de 2025, quando fixou-se em 18,92%. Uma queda de 13,81p.p.
Há um mês atrás, a medida de barateamento de alimentos do governo federal começou a valer, através da isenção total de alimentos básicos da cesta do brasileiro, como o café, azeite de oliva e carnes.
Entretanto, especialistas acreditam que a medida vai trazer um alívio momentâneo, mas vai impactar diretamente o produtor e causar "prejuízo para os setores produtivos e um desaquecimento da economia nos próximos meses", disse o economista Antonio Carvalho.
Outros aumentos
Fora do grupo de Alimentos e bebidas, o grupo transportes foi a segunda maior alta média de preços (0,57%), e deu também a segunda contribuição mais importante para o aumento da inflação de março, na RM Salvador. Foi puxado, sobretudo, pelas passagens aéreas (9,24%), item que individualmente mais pressionou para cima o custo de vida medido pelo IPCA.
Outra despesa importante para o aumento da inflação de março, na RMS, foi o condomínio (2,17%), que exerceu a segunda pressão de alta mais intensa. Ainda assim, o grupo de despesas com habitação (0,06%) teve forte desaceleração frente a fevereiro, quando havia registrado a sua inflação mensal mais elevada em quase 30 anos (5,30%), e ajudou a conter o avanço do IPCA do mês.
A deflação (queda média de preços) da energia elétrica (-1,66%) foi a principal responsável por segurar tanto a inflação da moradia quanto o IPCA em geral, na RMS
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