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Editorial - A eleição e a internet

Publicado quarta-feira, 23 de março de 2022 às 00:30 h | Autor: Da Redação
A intenção do YouTube e o  recuo do aplicativo Telegram permitem interpretar como da maior valia a proteção do próximo pleito
A intenção do YouTube e o recuo do aplicativo Telegram permitem interpretar como da maior valia a proteção do próximo pleito -

 O anúncio da retirada de conteúdos falsos relacionados ao sistema eleitoral brasileiro, por parte da plataforma digital YouTube, embora confesse a demora no combate à fraude, gera expectativa de aprimoramento na luta contra a mentira no ciberespaço.

Vice-líder dos endereços eletrônicos mais visitados no país e no mundo, superado pelo buscador Google, o site de conteúdos audiovisuais alcança 2 bilhões de usuários mensais, com a participação maciça de aficcionados no Brasil.

Alegam os gestores terem rastreado informações erradas sobre suposta precariedade nas urnas eletrônicas, em conteúdos popularmente conhecidos como “fake news”, por defender delírios como se verdades fossem, no caso, a adulteração de votos. 

As regras voltadas para as chamadas “criaturas da internet”, habituais consumidores de notícias em rede, incluem a proibição de argumentos falaciosos visando impedir ou atrapalhar o exercício saudável da democracia representativa.

Os infratores têm Jair Bolsonaro como referência, ao ser incluído o chefe do Executivo na investigação do inquérito pedido por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

A boa vontade em obter flagrantes perfeitos por parte da ferramenta virtual esbarra, no entanto, em sua arquitetura horizontal, uma vez ser impossível um monitoramento à plena carga, demandando, assim, investimentos vultosos em imperfeita patrulha.  A velocidade na postagem, com autorias diversas e de origens variadas, com possibilidade de perfis postiços, une-se à armazenagem gigantesca de dados e compartilhamento massivo em blogs de orientação antidemocrática.

Os prejuízos podem ser reduzidos se vingar a promessa de fiscalizar, mas o monitoramento precisaria acompanhar cada inserção, algo impossível dado o tamanho e o modo de funcionamento da rede de internautas.

A intenção da empresa, associada ao recente recuo do aplicativo Telegram, permite interpretar como da maior valia a proteção do próximo pleito de outubro contra o nefasto banditismo virtual.

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