Editorial - Cidadania e reconhecimento
Constitui estratégia contra o racismo a formação de professores conscientes de valores próprios à cidadania, como a aversão às desigualdades, além dos efeitos da educação não-formal do cotidiano.
Dos ambientes doméstico e escolar ao mercado de trabalho, o cerco estaria fechado contra toda forma de discriminação, a verificar no mundo do ensino-aprendizagem em projeto iluminado pela boa vontade de gestores da Defensoria Pública da Bahia.
O resultado aparecerá no certame proposto pelo órgão estadual, no qual serão concedidos selos de aprovação em três degraus na escalada de organizações engajadas na justiça reparadora, proporcional e geométrica.
Teria esta vertente a virtude primordial de garantir o mérito a toda aquela e aquele competente a ponto de fazer jus a algum benefício, independentemente das feições, dos hábitos culturais e da carga e do tom da melanina à mostra na epiderme.
O carimbo de “Escola antirracista”, a ser outorgado pelos juristas, a partir de critérios combinados previamente, vai favorecer a imagem do estabelecimento, com seus benfazejos desdobramentos junto à comunidade, carente de iniciativas com este formato.
Disse a defensora pública e coordenadora especializada em Direitos Humanos, Eva Rodrigues, ao programa Isso é Bahia (103.9), da Rádio A TARDE FM, sobre a classificação das instituições em “compromisso”, “reconhecimento” e “excelência”.
A identificação vai depender da avaliação de cada projeto pedagógico político, incluindo a capacitação docente e os métodos para inibir ações persecutórias contra grupos de alunos em condição vulnerável.
As ações têm como pressuposto a equidade, visando recuperar a sociabilidade entre as etnias, considerando serem as crianças indígenas e afro-brasileiras as mais prejudicadas pelo preconceito.