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EDITORIAL: A virada de Salvador

Publicado sexta-feira, 29 de dezembro de 2017 às 10:19 h | Atualizado em 30/12/2017, 10:22 | Autor: A TARDE

Inaugurar uma passarela na orla marítima do Boca do Rio, onde Salvador receberá um evento de grandes proporções neste fim de ano, é, no mínimo, pavimentar o próprio palanque político numa festa com gastos públicos que rondam a casa dos R$ 12 milhões, além da contrapartida do investimento privado devidamente acolhido pelo prefeito ACM Neto. Com o Festival da Virada de Salvador, o Réveillon de cinco dias, que durará de 28 de dezembro a 1º de janeiro de 2018, o chefe do Executivo soteropolitano coloca em pauta a funcionalidade e razão social destas enormes festas, que por um lado impulsionam a economia local por meio do incremento do setor turístico e cultural, dão robustez à relação entre a administração da cidade com  o eleitorado, mas também a simpatizantes que eventualmente repercutirão nas redes sociais a experiência na festiva Salvador. E está tudo bem para tamanha festa? Qualquer semelhança com o Panem et circenses da Roma Antiga é  sugestiva semelhança.

Mas se às massas e à opinião pública ACM Neto quer entregar a ‘grande virada’ do Brasil, com previsão, segundo ele, de atrair mais de dois milhões de pessoas a Salvador, nos bastidores da política, o espírito de votos de paz e esperança para um novo ano diferente logo se esvaziam quando se pensa que tudo, também,  é feito com foco na rivalidade com o governador do estado, Rui Costa. Seja na tentativa de provar quem está certo quanto à situação e relação da Bahia com o governo federal, ou sobre os erros e acertos do estado ou município nestes últimos anos, não existe festa que possa tampar os gargalos em termos de finanças, do desenvolvimento social ou avanço nas políticas públicas.

A virada do ano em Salvador, na bela festa que reúne diversos elementos que explicam e afirmam o povo baiano para Brasil e para o mundo, também carece de virtuosos feitos políticos do Executivo local, sobretudo na geração permanente de emprego e renda, permitindo celebrar a chegada de 2018 com uma real esperança de que o brilho dos fogos vai se manter além do findar da festa.

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