POLÍCIA
Advogada do BDM tem prisão mantida e transferência solicitada pela Justiça
Detida na Operação Rainha do Sul, advogada é acusada de repassar ordens do líder “Shantaram” e atuar no núcleo estratégico da facção

Por Luan Julião

A advogada Poliane França Gomes teve a prisão mantida durante audiência de custódia realizada na sexta-feira, 28, um dia depois de ser detida com R$ 190 mil em espécie em Salvador. A decisão da Justiça também determinou que ela seja transferida para o Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Lauro de Freitas, ou para outra unidade que disponha de cela especial.
Poliane é apontada pela Polícia Civil como integrante da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM), com atuação na Bahia e conexões no Rio de Janeiro e em São Paulo. As investigações revelam que ela exercia papel estratégico no grupo, atuando na transmissão de ordens, articulação territorial, cobranças internas e na ponte direta entre presos do sistema penitenciário e lideranças que atuam fora.
A polícia afirma ainda que a advogada mantinha um relacionamento íntimo com Leandro de Conceição Santos Fonseca, o “Shantaram”, considerado chefe da facção e atualmente custodiado no Presídio de Segurança Máxima de Serrinha, a cerca de 190 km de Salvador.
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A prisão da advogada faz parte da Operação Rainha do Sul, deflagrada pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). A ofensiva tem como foco desarticular o núcleo financeiro e a coordenação da organização criminosa. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em cinco estados: Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Três dos alvos já estavam encarcerados.
Na Bahia, as ordens judiciais miraram responsáveis pela contabilidade do tráfico, gerentes que comandavam áreas em Salvador, Feira de Santana, Lauro de Freitas, Camaçari e outros municípios, além de operadores encarregados do transporte, armazenamento e distribuição de armas e drogas.
As equipes apreenderam R$ 1 milhão em joias de ouro, e a Justiça determinou o bloqueio de R$ 100 milhões em contas bancárias ligadas ao esquema. Também foram proibidos de uso sete veículos, uma moto aquática, um haras com cavalos de raça e uma usina de energia solar, juntos avaliados em R$ 1 milhão.
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