CONFRONTO POLICIAL
Tiroteios caem 39% em Salvador e RMS, mas violência policial persiste, diz instituto
Apesar da queda, Salvador registrou 79 tiroteios, 49 mortos e 19 feridos

Por Andrêzza Moura

O número de tiroteios na Bahia apresentou queda expressiva em outubro deste ano, no entanto, os confrontos entre forças de segurança e suspeitos seguem sendo a principal marca da violência armada no estado. É o que aponta o novo relatório do Instituto Fogo Cruzado.
Segundo informações da instituição, foram registrados 111 tiroteios no período, uma redução de 39% em relação a outubro de 2024, quando houve 183 ocorrências. Ainda assim, 47% dos casos, 52, ocorreram durante operações policiais.
Ainda conforme o levantamento, 103 pessoas foram baleadas, sendo 81 mortas e 22 feridas, o que representa uma queda de 45% se comparado ao período do ano anterior. Entre as vítimas, 78 eram homens e três mulheres. Entre os feridos, 16 eram homens, quatro mulheres e dois não identificados.
Os dados também apontam que cinco adolescentes foram atingidos, quatro deles morreram, além de uma criança de 9 anos baleada no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador, quando seguia para a escola com o pai.
O professor de boxe Davi Santana, 23 anos, o Parrudinho, foi um dos mortos de outubro. Ele foi executado a tiros no dia 10, no bairro de Castelo Branco. O adolescente Carlos Eduardo Nascimento Machado, de 17 anos, também foi baleado na mesma ocasião e morreu.
“Os dados do mês evidenciam que os confrontos envolvendo forças de segurança continuam sendo um dos principais vetores da violência armada na região. Seguimos com uma política de segurança falida, norteada pelo confronto em detrimento da inteligência. Para a população só resta o medo”, afirmou Tailane Muniz, porta-voz do Instituto Fogo Cruzado na Bahia.
Salvador lidera
A capital baiana segue como epicentro da violência: Salvador concentrou 79 tiroteios, resultando em 49 mortos e 19 feridos. Entre as vítimas fatais na capital está Cássio de Jesus Santos Silva. Ele morreu no dia 7 de outubro, após ser baleado durante uma tentativa de assalto, no bairro da Boa Vista de São Caetano.

Em seguida aparecem Simões Filho - sete tiroteios e sete mortos -, Camaçari - cinco tiroteios e seis mortos -, Candeias - quatro tiroteios e cinco mortos -, Dias D’Ávila - quatro tiroteios, três mortos e um ferido -, e Lauro de Freitas - quatro tiroteios, quatro mortos e dois feridos. Todas essas cidades fazem parte da Região Metropolina de Salvador.
Entre os bairros mais afetados da capital estão Mata Escura, Castelo Branco, Lobato, Pirajá e Boa Vista de São Caetano, que concentraram parte expressiva das mortes e feridos. Só em Mata Escura, por exemplo, foram cinco tiroteios, com duas mortes e um ferido.
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Apesar da redução nos números gerais, o relatório reforça um cenário de insegurança e violência persistente. Os dados do Instituto Fogo Cruzado mostram que, mesmo com menos tiroteios, as operações policiais continuam representando quase metade dos confrontos.
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